Da Redação JM Notícia
Na tarde desta sexta-feira (15) o vereador Marilon Barbosa (PSB) anunciou rompimento com o prefeito de Palmas, Carlos Amastha e passa a fazer parte do grupo de oposição ao ao gestor na Casa de Leis. Com a saída de Marilom, Amastha passa a ter minoria na Câmara de Palmas, e poderá enfrentar problemas na aprovação de seus projetos.
Em entrevista exclusiva ao JM Notícia, o vereador confirmou a informação e disse que “por questão de posição” resolveu deixar a base e seguir na oposição.
“A motivação só vai onde realmente a gente concorda, quando tem uma situação a gente tem que procurar novos rumos. Eu vi que não sou bem tratado na base do prefeito, vi que não tenho espaço, muito difícil espaço com relação a arrumar um asfalto, uma estrada… eu vi que eu realmente sou maltratado”.
O vereador declarou também um fato onde ele ficou mais de três horas para ser atendido na Secretaria de Finanças. “Isso me chateou bastante”, disse Marilon que percebeu que a equipe do prefeito não confia nele.
“Eles não confiam em mim, eles não gostam de mim, quando não existe essa confiança a gente tem que partir para um outro lado”. A maior prova da falta de confiança foi que o vereador não conseguiu ser presidente das comissões que ele tinha interesse, outro caso que o chateou bastante.
O parlamentar chegou a ter problemas familiares por escolher apoiar a reeleição de Amastha, mas diante de tantos problemas ele resolveu desfazer o apoio e se tornar adversário político. “Agora somos adversários políticos, não inimigos”, afirmou.
Na gestão anterior Marilon Barbosa chegou a realizar várias obras em Taquaruçu, e por isso ele é grato ao prefeito por este motivo, mas a parceria não foi tão produtiva como ele esperava.
Agora que estará na oposição, o vereador se compromete a pensar e analisar as propostas pensando se será ou não boa para a população de Palmas. “Aquilo que não for de acordo com os nossos princípios ou para o bem da nossa sociedade, eu não vou votar”.
PSB – Mesmo partido, posições diferentes
Questionado pelo JM Notícia se este rompimento com o prefeito Amastha irá causar problemas entre o vereador e o PSB, Marilon Barbosa afirmou não acreditar que sofrerá retaliações, mas já sabe que terá que mudar de partido.
“Eu não acredito em relatiação, mas se houver eu acredito que não devo ficar no PSB. Não tem como ficar no partido sendo oposição ao prefeito que é presidente regional do PSB. No momento certo eu vou ter que deixar o partido”, completou.
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O rompimento entre Marilom e Amastha aconteceu no mesmo dia em que o prefeito de Palmas, Carlos Amastha foi indiciado pela Polícia Federal por corrupção, associação criminosa e cobrança indevida de IPTU.
O inquérito foi concluído indiciando outras oito pessoas, entre elas o procurador-geral de Palmas, Públio Borges, o secretário municipal de Governo, Adir Gentil, o secretário municipal de Finanças, Claúdio Shuller.
As investigações realizadas pela PF mostram que agentes públicos agiam em parceria com grandes imobiliárias da região para pressionar os proprietários de terra a cederem, a título gratuito, parte de seus imóveis para pessoas ligadas ao esquema.
Para pressionar os donos das terras, a prefeitura cobrava altos valres de IPTU, tornando impossível que o proprietário quitasse o débito. Egon Just, no caso, se tornou o maior devedor de imposto da capital por ter uma grande área perto do trajeto do BRT.
O proprietário foi pressionado muitas vezes por empresários do ramo e agentes públicos para vender suas terras, mas não aceitou e passou a receber valores exorbitantes de IPTU.