Levantamento feito pelo jornal O Globo mostra que a maioria das deputadas e senadoras é majoritariamente contra a legalização do aborto no Brasil. Questionadas sobre o assunto, 70% das deputadas que responderam ao levantamento disseram que são contra.
Para entender este número, é importante explicar que das 89 mulheres do Congresso Nacional, 63 delas responderam ao questionário do jornal carioca. Destas, 44 são contra o aborto e 15 são favoráveis. As outras quatro resolveram não se manifestar sobre o assunto.
Entre as que são contra a descriminalização do assassinato de bebês no ventre de suas mães, 23 defendem a proibição em todos os casos, restringindo o que hoje é permitido em lei (casos de estupro, má formação cerebral ou risco de morte para a mulher).
Outras 20 são contra, mas defendem que as autorizações específicas já previstas permaneçam.
A única que tem uma posição contrária desses dois grupos é a deputada Carla Zambelli (PL-SP), que afirma que o aval deve ocorrer só nos episódios em que houver risco de vida.
Entre as apoiadoras do aborto, muitas defendem a ampliação dos casos previstos e outras defendem que as hipóteses sejam irrestritas, isso é, qualquer mulher possa abortar por qualquer motivo.
A deputada Fernanda Melchionna (PSOL-RS) é uma das que defende a descriminalização da morte de bebês no ventre de suas mães. “Defendo que haja educação sexual para que as mulheres possam decidir sobre a concepção e não engravidem. E o aborto legal, para que não morram caso a gravidez aconteça e não haja condições de prosseguimento”, disse ela.
Na contramão, a deputada Dra. Soraya Manato (PTB-ES) diz que não há motivos para que o Brasil reveja a lei atual. “Sou conservadora, cristã e a favor da vida. Como médica ginecologista e obstetra, tenho uma ligação muito forte com as gestantes. Sempre acompanhei todo o processo muito de perto. Não vejo justificativa para concordar com a legalização do aborto no Brasil. Sempre serei contra o assassinato de bebês inocentes”, afirmou.