Da Redação JM Notícia
O voto da Bancada Evangélica foi, em sua maioria, a favor do arquivamento da denúncia contra o presidente Michel Temer por corrupção passiva.
Nesta quarta-feira (2) a Câmara dos deputados votou sobre o relatório do deputado Paulo Abi-ackel (PSDB-MG) e 263 votos contra 227 votos a favor, o processo não será encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF).
O presidente da Frente Parlamentar Evangélica, o deputado Hidekazu Takayama (PSC-PR), praticamente guiou os demais deputados nessa votação quando anunciou seu voto se apresentando como líder da bancada.
Mas ele não estava sozinho, dezenas de outros deputados da bancada também votaram pelo “sim”, pedindo o arquivamento da denúncia. Entre eles os deputados: Silas Câmara, Victório Galli, Marcelo Aguiar, Marco Feliciano, Paulo Freire, Ezequiel Teixeira, Rosangela Gomes, Pastor Luciano Braga, deputado pastor João Campos, entre outros.
Alguns deputados, porém, seguiram a própria consciência ou a recomendação de seus partidos e votaram pela investigação contra o presidente, escolhendo a opção “não”, contra o relatório de Abi-ackel. “Eu votei para prosseguir a investigação contra Temer! Todos devem ser investigados”, declarou o deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ). Ele não estava sozinho, outros nomes da Bancada Evangélica que votaram “não” foram: Arolde de Oliveira, Irmão Lázaro, Benedita da Silva, Cabo Daciolo e Pastor Eurico.
Votação foi troca de favores?
No começo da semana alguns veículos de comunicação noticiaram que a Bancada Evangélica votaria a favor de Temer em troca de projetos que são de interesse dos parlamentares religiosos.
Uma dessas propostas, segundo o jornal O Estado de S. Paulo, será o Estatuto do Nascituro, que prevê o endurecimento da lei que proíbe a prática do aborto no Brasil. O projeto prevê que a mãe que engravidar por consequência de um estupro, se optar por levar adiante a gravidez, poderá contar com assistência do Estado no que se refere à criação da criança.
É preciso esclarecer, desde já, que a proposta não revoga o direito dessa gestante em abortar, caso opte por isso, mantendo assim o que determina a lei brasileira que permite a interrupção da gravidez em casos de estupro.
Outro projeto usado neste acordo, ainda segundo o jornal, foi o fim da circulação de livros entregues a alunos da rede pública com conteúdo considerado impróprio, com mensagens explícitas sobre homossexualidade e ideologia de gênero. Em junho, o Ministério da Educação retirou mais de 90 mil exemplares das escolas.