Por Maria Dinalva da Silva
O amor materno é algo tão sublime, inexplicável, verdadeiro, forte, altruísta, eu diria mesmo que é incomparável, pois não há na terra exemplo de doação e abnegação maior do que o demonstrado na relação de uma mãe com seus filhos.
Não é de hoje que o amor de mãe é exaltado pelos poetas em seus versos e cantado em composições belíssimas que celebram a sua magnitude e grandeza. O poeta Mário Quintana, em seu poema “Mãe”, assim expressou a força nele contida:
“São três letras apenas,
As desse nome bendito:
Três letrinhas, nada mais…
E nelas cabe o infinito.”
Considerado um dos maiores escritores do Brasil, o poeta Carlos Drummond de Andrade também procurou exprimir em seu poema intitulado “Para sempre” , o desejo de que as mães fossem eternas.
“Por que Deus permite que as mães vão-se embora? (…) Morrer acontece com o que é breve e passa sem deixar vestígio. Mãe, na sua graça, é eternidade. Por que Deus se lembra – mistério profundo – de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo, baixava uma lei:
Mãe não morre nunca, mãe ficará sempre junto de seu filho e ele, velho embora,
será pequenino, feito grão de milho.”
Talvez nem mesmo a beleza da poesia é capaz de descrever tão inexplicável amor. Não duvido de que até mesmo os poetas, que são artesãos das palavras, tenham encontrado dificuldades para expressá-lo.
Mas, ainda que seja dotada de um amor tão genuíno e puro, será que uma mãe pode falhar? A resposta é sim, pode! Toda mãe erra, dada a sua condição humana. Mãe falha tentando oferecer o melhor aos filhos. Falha protegendo em excesso e impedindo que o filho cresça, só para livrá-lo de uma experiência dolorosa. Falha sofrendo por ele. Falha ignorando. Mãe falha disfarçando os problemas, para não traumatizar a gente. Falha também perdendo o controle e “chutando o balde”.
Falha permitindo. Falha proibindo. Falha querendo ser super mãe. Mãe falha corrigindo. Falha deixando passar. Falha fazendo tudo pelo filho. Falha pela presença. Falha pela ausência. Mãe falha pelo excesso. Falha pela falta. Falha saindo sempre em defesa do filho. Falha pela falta de confiança. Mãe falha censurando. Falha se omitindo.
Os poetas não estavam enganados. O amor de mãe é mesmo inspirador! É forte, puro, leal e desinteressado. Quase perfeito! E, embora errando, uma mãe sempre está perto; não importa a idade dos seus rebentos, ela sempre estará ali, disposta a apoiá-los. Ela não desiste, porque seu maior desejo é apenas a felicidade dos filhos.
Mesmo falhando, sua presença é sempre luz. E numa coisa mãe não falha nunca: no inigualável amor que só ela é capaz de oferecer.
Maria Dinalva da Silva Lima