MUNDO|| – O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, não poupou críticas àqueles que não reconhecem a legitimidade de seu mandato, iniciado na última quinta-feira. As críticas aconteceram durante cerimônia na qual apresentou à Assembleia Nacional Constituinte (ANC) seus planos econômicos para 2019, poucos dias depois de Brasília reconhecer a Assembleia Nacional (AN), controlada pela oposição, como legítima detentora do poder na Venezuela, Maduro classificou o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, como “um fascista”.
— O Brasil está nas mãos de um fascista. Bolsonaro é um Hitler dos tempos modernos, isso é o que ele é — afirmou Maduro durante a apresentação, em referência ao chefe do regime nazista na Alemanha.
O governo brasileiro não respondeu aos comentários do presidente venezuelano.
— Deixemos a tarefa de lidar com Bolsonaro ao lindo povo brasileiro que lutará e cuidará dele — completou o líder bolivariano, na ANC.
Maduro também criticou a detenção do presidente da AN, Juan Guaidó, no domingo. Afirmando que agentes corruptos da Inteligência venezuelana agiram em conluio com a oposição, o presidente afirmou que os envolvidos no caso foram destituídos “por se prestarem a um show midiático”.
Membro do Grupo de Lima, formado por 13 países latino-americanos e o Canadá, o Brasil assinou a declaração conjunta do bloco que não confere legitimidade ao novo mandato presidencial de Nicolás Maduro. O herdeiro político de Hugo Chávez foi eleito em pleito marcado por boicote da oposição, alta abstenção e denúncias de fraude.
Com a posse questionada de Maduro, o governo brasileiro passou a reconhecer, como governo da Venezuela, a Assembleia Nacional do país, eleita em 2015 e de maioria oposicionista. Para o Itamaraty, o líder venezuelano iniciou um “mandato presidencial ilegítimo”.
“O Brasil confirma seu compromisso de continuar trabalhando para a restauração da democracia e do estado de direito na Venezuela, e seguirá coordenando-se com todos os atores comprometidos com a liberdade do povo venezuelano”, finalizou o Itamaraty, na ocasião.
Com informações O GLOBO