Na última quinta-feira (10), um grupo de líderes evangélicos se reuniu com o ministro das Relações Exteriores, José Serra, no Itamaraty, para pedir que o Brasil reveja sua postura diante de situações, como a resolução da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) que acabou ignorando a relação dos judeus com locais considerados sagrados em Jerusalém, como o Monte do Templo.
Na votação do dia 13 de outubro, o Brasil contestou o conteúdo e a forma como a proposta foi apresentada, mas acabou votando a favor do texto.
Segundo o deputado e pastor Roberto de Lucena (PV – SP), o tema é de preocupação também dos evangélicos brasileiros e o encontro teve como objetivo, expressar esse sentimento às autoridades que representaram o Brasil na votação.
“Viemos aqui para afirmar que 1/4 da população brasileira é composta de cristãos evangélicos e que essa parcela significativa da população deseja ser ouvida neste tema tão sensível e importante para nós. Apoiamos este novo posicionamento do Brasil, reconhecemos o esforço que vem sendo feito, mas pedimos ainda mais empenho no sentido de que o texto continue evoluindo para o adequado e justo”, explicou Lucena, que liderou o grupo na visita a José Serra.
Além de pedir mais equilíbrio no texto da Unesco, Lucena pediu ao ministro que reavalie votos do Brasil em 20 outras resoluções da Organização das Nações Unidas (ONU), nas quais o posicionamento também foi desfavorável a Israel.
“Como evangélico, cristão e deputado, não posso compactuar nem apoiar qualquer governo que aprove textos parciais e desequilibrados, claramente prejudiciais a Israel”, destacou.
Resposta
José Serra afirmou estar empenhado para encontrar uma saída e comentou suas expectativas sobre a próxima sessão deliberativa.
“Vamos nos mobilizar novamente acerca deste tema na próxima sessão deliberativa ano que vem”, disse o ministro, assegurando que se não houver avanços, o Brasil poderá votar contra. A 201ª Sessão Deliberativa do Comitê Executivo da Unesco está prevista para ocorrer em abril de 2017.
Manifesto
Durante o encontro, os líderes evangélicos entregaram um manifesto assinado pelo Cristãos Brasileiros e simpatizantes, afirmando que o Brasil tem um laço de unidade com Israel e não estará de acordo com posições contrarárias à nação judaica.
No texto, os assinantes exigem que “com a mesma firmeza de princípios que defende um lar nacional para o povo árabe-palestino, que a Diplomacia brasileira defenda expressamente, de forma pública e textual, o direito de Israel existir como uma nação judaica, tendo como sua capital indivisível a Cidade de Jerusalém”.
Segundo o apóstolo Paulo de Tarso Fernandes, “o primeiro impulso do grupo era de uma posição de confronto com o governo, mas o deputado Roberto de Lucena tem sido um interlocutor importante para mostrar os esforços e os avanços conquistados pelo Itamaraty”.
“Bendito são os que abençoarem Israel e malditos àqueles que amaldiçoarem Israel”, lembrou o líder, ao comentar a importância da iniciativa.
Os líderes afirmaram que estão reunindo milhões de assinaturas de evangélicos a favor de Israel e que o documento será entregue ao ministro José Serra logo após a Festa do Purim, realizada no dia 8 de março de 2017. A celebração relembra a história bíblica de Ester, que ajudou a salvar os judeus no Império da Pérsia.
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