Da Redação JM Notícia
O presidente da Confederação Israelita do Brasil (Conib), Fernando Lottenberg, acusa o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) de antissemitismo por ter afirmado recentemente que Israel é um estado genocida.
Em entrevista à Folha de São Paulo, o líder judeu comentou a declaração do partido de extrema esquerda dizendo que ela foi “injusta e equivocada”. “Além de profundamente injusta e equivocada, é uma expressão contemporânea do antissemitismo”, disse Lottenberg.
A declaração do partido foi emitida em abril, em uma nota de repúdio ao ataque de Israel contra a Palestina que atacou os manifestantes que tentaram invadir o país na chamada “Marcha do Retorno”. O partido ainda chamou o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu de “carniceiro-mor”.
Lottenberg poupa, porém, o presidenciável Guilherme Boulos, que já esteve em Israel e condenou o holocausto em visita ao museu. “Quando ele foi a Israel, teve o cuidado de ir ao Museu do Holocausto, condenou explicitamente o antissemitismo. Não concordo com ele, mas não chego ao ponto de dizer que seja antissemita”, declarou.
O antissemitismo é uma aversão aos judeus, ou também uma corrente política adversa aos judeus, manifestação que tem crescido entre a comunidade internacional que visa a criação do Estado da Palestina e a entrega das terras pertencentes a Israel aos árabes.
O presidente da Conib enxerga essa posição política dos movimentos de esquerda como uma forma de antissemitismo travestido de antissionismo (negar a existência de Israel como Estado), uma vez que o ódio aos judeus é politicamente incorreto.
“O antissemitismo se transforma com o tempo como um vírus mutante. Hoje pega nos direitos de expressão, de poder ser um povo como qualquer outro, aí vem o antissemitismo como antissionismo. Não é mais politicamente correto ser antissemita. Então, você vê em manifestações aquilo que vinha do antissemitismo tradicional, mas com uma roupagem, aspas, progressistas”, diz.
Israel é a única democracia na região, naquele país judeus, cristãos e muçulmanos convivem diariamente. Inclusive o Parlamento é formado por judeus e muçulmanos. Como explica Lottenberg, em Israel as mulheres têm independência por direito e os grupos LGBTs também pode se expressar, o que não acontece nos países vizinhos tanto defendidos por grupos de esquerda.