Da Redação – Dermival Pereira
Os contratos da Prefeitura de Palmas com a empresa Odebrecht, investigada pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal, voltou aos debates da Câmara Municipal de Palmas na sessão desta quinta-feira, 20. O assunto foi levado a Tribuna, mais uma vez, pelo vereador Milton Neris (PP), que voltou a criticar a gestão do prefeito Carlos Amastha (PSB), de supostamente ter se beneficiado dos contratos da Prefeitura com a empresa.
Neris acusa o prefeito de ter conseguido da Odebrecht o que ele de chama de “bagatela” de R$ 19.200.000,00, o que corresponde a 8% dos R$ 240 milhões emprestados pela Caixa Econômica Federal à Odebrecht, para investir aonde ele mandasse.
“Quando eu vi nesta Casa falar da anuência do prefeito em conseguir uma bagatela no valor de R% 19 milhões, eu estou falando é dinheiro público. Aqui em Palmas, mais uma vez a empresa inovou com o prefeito de Palmas, pois não foi pago propina não, aqui foi feita de forma institucionalizada, na qual o prefeito teve o privilegio de indicar a empresa e a Odebrecht simplesmente aceitou sem questionar se estava certo ou errado”, questionou na Tribuna.
Também na tribuna, o vereador Léo Barbosa (SD), fez um desafio ao presidente da Casa e a toda a base governista. Barbosa sugeriu que fosse criada uma Comissão Permanente para fiscalizar e medir todas as obras executadas pela Odebrecht, além de propor a criação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), para investigar os contratos.
“Os mecanismos que usaram aqui para desviar dinheiro é outro, empresas que foram criadas a poucos dias do início das obras; tudo isso será levantando no momento certo, através de um relatório que estamos fazendo. Vamos visitar todas as obras e medir cada uma. Chegou a hora da gestão de Palmas pagar também pelos seus erros. Eu quero ver se o prefeito vai autorizar os vereadores da base a assinar o requerimento para instalação de uma CPI, se ele não tem nada a ver, se ele fez tudo certo”, afirmou, dizendo que “eu tenho certeza que o maior beneficiário dos esquemas da Odebrecht em Palmas, chama-se Carlos Franco Amastha”.
Desafios
“Meu desafio na verdade foi direcionado ao prefeito para que ele oriente seu vereadores aqui na Casa a assinarem uma CPI, para que nós verifiquemos os convênios firmados e as obras, frutos desse convênio entre a Odebrecht e a Prefeitura de Palmas; são obras milionárias que já mostram a olho nu eventuais faturamentos, enfim, são vários questionamentos que temos que fazer. Vamos verificar se essa obras aconteceram, e as que aconteceram, se foram proporcionais aos valores investidos. É isso que eu quero descobrir, porque nós estamos falando de muito dinheiro público investido e eu tenho uma desconfiança nessas obras, até porque eu acredito que elas foram feitas para beneficiar terceiros, e eu tenho dito que o político que mais tem relação e mais benefícios com a Odebrecht é o prefeito Amastha, então nada mais natural que a Câmara possa investigar o relacionamento do prefeito com a empresa bem como esta obras”, afirmou.
“O prefeito não será delatado até porque a relação dele com a Odebrecht foi feita de outra forma, foi um novo mecanismo de relacionamento entre os políticos através dessas obras. Elas foram superfaturadas em seu valor, nós podemos pegar por exemplo, o Pão Nosso do setor Santa Barbara, em que se gastou quase R$ 500 mil e sequer um único pão foi produzido nessa escola de panificação, é por isso que eu tenho questionado a prefeitura e a Odebrecht”, disse Barbosa.
Folha Rebate
O presidente da Câmara, José do Lago Folha (PSD), rebateu as criticas da oposição. “Primeiro eu quero dizer que não é a prefeitura que está autorizando o aumento da água e da energia, então que vossa excelência buscasse junto a ATR a planilha de aumento e eu não vi nenhum vereador questionar isso, pedir que a ATR viesse aqui dar explicações. Quem está aplicando o aumento é a ATR, órgão do Governo do Estado, o município deu a empresa condições de aplicar uma tarifa que fosse justa, e porque nós temos que pagar pela perca de empresa”? Questionou, rebatendo a fala de Neris que havia também tocado no assunto.
Continuou Folha. “Ao contrário do que falou aqui o vereador Léo Barbosa, as obras foram feitas, eu estou satisfeitos, pois as obras foram feitas pela Odebrecht, sem contar que o tratamento da rede de esgoto cresceu significada mente na nossa cidade”, disse também em discurso na Tribuna.