Uma ideia na cabeça e um propósito de vida podem ser os ingredientes que faltam para aflorar o empreendedorismo nos jovens. Em seguida, elementos como capacitação constante, networking podem contribuir para a qualificação e divulgação das ideias. De acordo com análise realizada no primeiro semestre de 2019 pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), a cada três empresários, um já tem pensamento empreendedor antes de completar 18 anos.
A realização pessoal é a maior motivação dos jovens para montar negócios próprios, que contam com apoio de redes que incluem ainda a Confederação Nacional da Indústrias e faculdades. No Centro Universitário Jorge Amado (Unijorge), estudantes aproveitam a oportunidade para desenvolver as ideias com o auxílio do Núcleo de Práticas Empreendedoras (NPE).
Coordenador da graduação em Administração da instituição, Constantino Oliveira explica que há uma variedade de atividades desenvolvidas em parceria com Sebrae ao longo do semestre. “A principal função é difundir a parte de espírito empreendedor nos alunos através de cursos e palestras e dos profissionais que convidamos para fazer mentoria. Isso porque o empreendedorismo é para todas as pessoas: um advogado que vai abrir o seu escritório, um médico que vai abrir o seu consultório. São profissionais que estão empreendendo de alguma forma”, contextualiza o profissional.
O que motivou a implantação de uma estrutura capaz de incentivar o empreendedorismo foi a mudança no perfil da juventude brasileira, que tem entre as expectativas de vida a satisfação pessoal e social ao invés de fazer carreira em empresas de terceiros. “Os jovens querem crescer rápido, ver os seus sonhos se realizarem, seus produtos e serviços sendo utilizados por várias pessoas e, ao mesmo tempo, sabem usar a tecnologia que tem mudado fortemente essa percepção do que você pode ou não fazer”, analisa Oliveira.
Empreender Sonhos
Estudante do 6º semestre de Publicidade e Propaganda, Maiko Novais tem 22 anos e criou a produtora audiovisual Caram Filmes, em parceira com um grupo de amigos, por meio do projeto “Empreender Sonhos” desenvolvido pela Unijorge. “Tínhamos essa paixão pelo audiovisual em comum. Então, resolvemos experimentar, investir, buscar referências para criar o nosso projeto audiovisual. Até que cresceu tanto que sentimos a necessidade de buscar nos profissionalizar mais e agregar experiências para transformar o projeto em uma produtora”, conta.
A ideia de fazer o coletivo audiovisual surgiu nas aulas de Produção de Rádio, TV e Cinema. De acordo com o estudante, que afirma já ter nascido com alma empreendedora, já havia iniciado outros projetos, a exemplo de uma companhia de teatro. A faculdade apenas contribuiu para que fosse tornado realidade. “Um dos incentivos do projeto interdisciplinar é que você pode exercitar a inovação e a criatividade para desenvolver seu negócio”.
Como começar
De acordo com Constantino Oliveira, existem alguns pontos de partida que devem ser considerados antes de dar o pontapé inicial. O primeiro é o propósito bem definido. Em seguida, traçar um plano para alcançar este objetivo; se atualizar para conhecer bem os métodos, o produto ou serviço, identificar o mercado.
O networking é algo fundamental inclusive para se manter em contato com outros empreendedores, conhecer as suas trajetórias para pegar “atalhos” e evitar enfrentar as mesmas dificuldades. Estar atento às oportunidades e saber lidar com críticas também fazem toda a diferença. “Além de entender que a queda é importante e o erro é fundamental para construir novos caminhos”, conclui Oliveira.
Agência Educa Mais Brasil