A advogada brasileira Wládvia Magdalla, 28 anos, de Recife, embarcou para Santiago (Chile) em fevereiro deste ano para participar do projeto Um Ano em Missão. O programa incentiva e apoia jovens adventistas a dedicarem um ano de serviço integral a Deus, e assim cumprirem a missão deixada por Jesus.
Em 2013, a jovem que era servidora pública e que sonhava em prestar concurso público para se tornar juíza participou da Comissão Diretiva da Divisão Sul-Americana, na Argentina. Foi lá que ouviu falar pela primeira vez do projeto Um ano em Missão, que estava para começar na América do Sul pelo Uruguai. Foi convidada pelos pastores a participar da missão, mas logo respondeu que não poderia por ter vínculos no Brasil.
Wládvia decidiu então orar a Deus e perguntar se era da vontade dEle que abandonasse tudo para servi-lo. Em sua oração, a advogada pediu que, se de alguma forma, sentisse que esse era o plano de Deus para sua vida iria aceitar, mas se fosse apenas vontade humana não gostaria de embarcar. Nesse período, ela estava lendo o livro Como conhecer a vontade de Deus, e acredita ter ouvido o chamado dEle para se tornar missionária.
O primeiro receio foi como contar sobre a decisão à família, que não era adventista. Para sua surpresa, porém, recebeu o maior apoio da mãe. Ela afirmou que Deus faria Wládvia feliz aonde quer que fosse, sempre que estivesse fazendo a vontade do Pai. A jovem aceitou o desafio prontamente e em dois meses sua vida mudou. Deixou para trás o apartamento alugado, o carro e o escritório.
Sua maior preocupação era como ser missionária pelo fato de sua família não ser adventista. Quando começou a trabalhar para Deus, porém, sentiu a atuação e o cuidado dEle por seus parentes. Imediatamente após a decisão de Wládvia sua mãe decidiu fechar o comércio próprio aos sábados e passou a ir à igreja com o marido. “Esse foi o maior milagre que aconteceu quando eu decidi vir à missão. Deus mostrou que está cuidando da minha família enquanto eu cuido dos filhos dEle aqui em Santiago”, afirma emocionada.
Aprendi que Deus necessita de testemunhas, de missionários que compartilhem o amor e a esperança da volta de Jesus. “Hoje sei que o melhor lugar do mundo para se estar é onde eu estiver fazendo a vontade de Deus”, destaca.
Resultados
Há quatro meses, Wládvia trabalha voluntariamente em bairros nobres e pobres de Santiago. Além de dar aulas de português, também dá estudos bíblicos a pessoas interessadas, trabalha em centros de influências e atua no clube de desbravadores. Gosta de pregar nas igrejas, participa do culto jovem e envolve-se em serviços sociais. O objetivo é compartilhar a grande esperança por meio do método de Jesus.
“A cada minuto, 102 pessoas morrem no planeta, então é urgente compartilhar a salvação, especialmente em um mundo onde quatro bilhões de pessoas não são cristãs”, afirma a advogada. Ela acredita que cada cristão tem uma tarefa individual a cumprir, e por isso decidiu se dedicar ao projeto missionário voluntário em uma das cidades mais secularizadas da América do Sul.
Wládvia pretende ficar na capital até dezembro, quando termina o projeto Um Ano em Missão. Para ela, anunciar a volta de Jesus é uma experiência magnífica, pois “significa a solução para todos os problemas sociais, a cura para todas as enfermidades e a esperança para todas as pessoas”. A jovem já decidiu que a partir de agora quer viver uma vida em missão e ir aonde Deus mandar.
Durante os quatro meses de missão em Santiago, ela contabiliza experiências extraordinárias vividas com Deus: “Já tive orações respondidas e bênçãos recebidas, quatro pessoas aceitaram a
Cristo como frutos dos estudos bíblicos ministrados e já senti a emoção de ser a resposta para a súplica de alguém”.
A cada manhã, Wládvia percebe que o amor, a graça e a misericórdia divina se renovam em sua vida. Ela sente o cuidado e a providência divina a guiarem seus passos e garante que visões de vida já foram modificadas, e outras aperfeiçoadas. “Na minha experiência cristã atual, Jesus é meu amigo de todas as horas, companhia de todos os momentos e socorro bem presente em todas as circunstâncias”, diz ela.
Em relação aos planos para o futuro, a advogada afirma que sempre vive com prazos determinados, metas planejadas e estratégias elaboradas. Ela tem o sonho de participar de alguma missão fora da América do Sul, mas garante que vai deixar as páginas em branco nas mãos de Deus, para que a providência divina conduza a sua vida e guie seus passos.
Um ano em missão
A primeira etapa do projeto Um Ano em Missão foi realizada em Nova Iorque, nos Estados Unidos, em 2013, e reuniu 14 jovens de todo o mundo para serem missionários evangelistas com o programa de Evangelismo das Grandes Cidades, proposto pela Igreja Adventista Mundial.
Na Divisão Sul-Americana, que atende a Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Equador, Paraguai e Uruguai, o projeto foi realizado no primeiro semestre de 2014 na cidade de Montevidéu, no Uruguai, com 16 jovens. Este ano o projeto é realizado em Santiago, no Chile, e em 2017, será no Recife, no Brasil.
Números
Neste ano, o Serviço Voluntário Adventista na América do Sul deverá ter o maior número de voluntários ativos do mundo. São mais de 650 pessoas envolvidas, sendo 568 no projeto Um Ano em Missão. De acordo com o pastor Elbert Kuhn, secretário assistente para o Serviço Voluntário Adventista, os jovens que aderem à campanha desenvolvem a liderança, pois ao saírem do seu país e do meio familiar precisam tomar conta de si. Também abrem os horizontes culturais e crescem emocionalmente. Mas o maior crescimento, segundo ele, é o espiritual.
“Um jovem que vai para o campo missionário e serve com o espírito de Cristo, nunca mais será o mesmo. Os valores mudam, as prioridades são colocadas no lugar certo e o centro deixa de ser o ‘eu’ e passa a ser Cristo e Sua missão. ” [Equipe ASN, Silaine Bohry]
Vídeo:
Com informações Notícias Adventistas