Uma irmã de grande influência do círculo de oração cometeu suicídio na tarde desta segunda-feira (30), no bairro de Paratibe, em Paulista, na Região Metropolitana do Recife.
De acordo com a página Assembleianos de Valor, a Irmã Carla, teria se utilizado de uma corda para cometer o ato dentro do templo da igreja Assembleia de Deus Abreu e Lima, que fica localizada na Avenida Lindolfo Collor, onde foi encontrada já sem vida.
Após os procedimentos necessários, o corpo foi encaminhado para o Instituto de Medicina Legal (IML) da Capital.
Igreja
O pastor Ailton José Alves, presidente da Igreja Evangélica Assembleia de Deus de Pernambuco (IEADPE), ainda não se pronunciou sobre o ocorrido.
Suicídio de pastores e líderes preocupa –
O suicídio de pastores, líderes e filhos de líderes cresce e preocupa, tendo sido até batizado de “onda de suicídios”, mesmo não sendo algo novo. Há registros bíblicos de líderes como Sansão, Saul e Judas que tiraram suas vidas. Van Gogh, que além de pintor foi pastor, é um dos mais famosos a aplicar a pena capital contra si mesmo.
Nos últimos anos, vários pastores no Brasil tiraram a sua própria vida de forma trágica com certa frequência.
O que está acontecendo com os que estão na função de cuidado, mas não conseguem administrar suas próprias demandas? Por que pessoas que já ajudaram a tantos, desistem da própria vida? De acordo com o Instituto Schaeffer, “70% dos pastores lutam constantemente contra a depressão, 71% se dizem esgotados, 80% acreditam que o ministério pastoral afetou negativamente suas famílias e 70% dizem não ter um amigo próximo”.
Motivos
A causa mais comum noticiada para o suicídio de pastores e líderes, é a depressão associada a esgotamento físico e emocional, traições ministeriais, baixos salários e isolamento por falta de amigos.
Sim, pastores têm poucos amigos, e às vezes nenhum. Isso é visível em reuniões nas quais a maioria conta proezas, sucessos, vitórias e conquistas na presença dos demais, num clima de competição para mostrar que possui êxito no exercício ministerial. Entretanto, quando a conversa é íntima, o sofrimento se revela. Boa parte está cansada, desanimada, chateada com a igreja e com a liderança. Muitos possuem dificuldades no cuidado com a família e as finanças de alguns estão desequilibradas.
Isso acontece, em parte, porque pastores contemporâneos são cobrados como executivos ou técnicos de clubes de futebol, que precisam oferecer resultados numéricos às suas instituições. Caso contrário perdem seus membros, emprego, salário, moradia e sustento da família. É uma pressão enorme sobre os ombros de um ser humano.
A figura do pastor-pai-cuidador está escassa; aquele que expõe a Palavra à comunidade-família, aconselha os que sofrem e cuida dos enfermos e das viúvas. Há uma crise de identidade funcional entre o chamado pastoral e as exigências do mercado religioso institucional.
Por Marcos Quaresma
Saiba + Pastor da Assembleia de Deus no Maranhão comete suicídio