O deputado federal Irajá Abreu (PSD-TO), usou a tribuna na tarde desta quinta-feira,28, para falar sobre a segunda denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o presidente Michel Temer pelos crimes de obstrução de justiça e organização criminosa que foi lida essa semana na Câmara dos Deputados.
A partir da leitura da denúncia, o presidente da República e os demais acusados serão notificados, para apresentar suas defesas no prazo de até dez sessões do plenário. O processo será encaminhado à Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), à qual cabe votar um parecer com relação ao prosseguimento da denúncia. Depois de passar pela CCJ, a denúncia deverá ser analisada em plenário, onde deve receber pelo menos 342 votos, o que corresponde a dois terços dos 513 deputados.
Irajá Abreu destacou o trabalho feito pela PGR no qual sustenta a denúncia que o presidente Temer e os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco, ambos do PMDB, foram os responsáveis por liderar um esquema de corrupção, envolvendo integrantes do partido na Câmara, com o objetivo de obter vantagens indevidas em órgãos da administração pública.
O parlamentar destaca também a moeda de troca que está sendo feito no Congresso Nacional através das emendas parlamentares. “Não podemos admitir e aceitar que as emendas parlamentares sejam usadas como moeda de troca para cobrir ilícitos e desvios de dinheiro público, não podemos aceitar que isso seja uma prática comum”.
Irajá Abreu apontou também sobre seu voto para que prosseguisse as investigações quando foram apresentadas as primeiras denúncias contra o Presidente Temer. Naquele momento disse: “Eu entendo que ninguém está acima da Lei, nem mesmo o presidente da república, mesmo diante de tantas provas apresentadas pela PRG e Polícia Federal. Nós tiramos a oportunidade do Supremo Tribunal Federal de apurar as provas diante da primeira denúncia”.
O deputado afirmou que a segunda denúncia apresentada pela PGR é mais grave e merece uma melhor análise dos parlamentares. “Nós teremos agora, uma outra oportunidade para votar de acordo com o interesse de toda população brasileira, autorizando STF a receber a denúncia, para que possa seguir os trâmites normais de qualquer investigação”.
Irajá Abreu continua. “Não devemos deixar que as vozes ensurdecedoras que ecoam sobre o Congresso Nacional possam se sobressair sobre as vozes silenciosas do povo brasileiros, do interior dos estados brasileiros, de todo o Brasil, de norte a sul do país. Nem que precisamos fazer com que 10 presidentes da República caiam, mas nós vamos amputar esse fardo ao Brasil para virar essa página e fazer uma faxina na política brasileira”.