No “tabuleiro” mundial, existem nações que acabam exercendo papéis às vezes peculiares, mas muito importantes na formação daquilo que hoje temos como sociedade moderna. Esses países são muitas vezes berços de alguns dos maiores pensadores da nossa história, com a cultura e a ciência advindas desse território consequente influenciando a maneira em que tal mente brilhante se expressa.
Isso não se limita a apenas uma pessoa. A expressão cultural de uma nação por si só, pode acabar exercendo grande influência em cantos do planeta que ficam a milhares de quilômetros de distância. O fato de a influência chegar até essas nações é por si só demonstração da força cultural que esse país carrega quiçá desde sua formação, servindo muitas vezes como inspiração para artistas estrangeiros, e também como aspiração para nações mais jovens.
Muitos destes países encontram-se no Velho Mundo, que representa boa parte da Europa. E um dos países centrais nesse exercício de pressão cultural sobre outras nações é a França, que serviu e ainda serve de exemplo para países como o Brasil em aspectos desde a formação de instituições públicas e privadas, até a planificação urbana e a arquitetura de prédios antigos e novos.
Essa influência é vital também no contexto atual de relações internacionais, uma vez que a França estabelece laços fortes com diversos territórios, incluindo o próprio Tocantins. Demonstração disso é a presença do ex-prefeito de Palmas, Carlos Amastha, em um evento na capital francesa Paris em 2015 que precedeu a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas do mesmo ano, conforme nossa matéria em https://jmnoticia.com.br/2015/12/01/amastha-participa-da-conferencia-das-nacoes-unidas-sobre-mudancas-climaticas-em-paris/.
A França possui alguns dos registros mais antigos de presença de hominídeos no mundo. Alguns destes datam de 1,8 milhão de anos atrás, quando o homo sapiens nem havia desenvolvido sua forma moderna há centenas de milhares de anos. E encontram-se também no país as cavernas de Lascaux, com pinturas rupestres que datam de 18 mil anos antes de Cristo.
Por ter posição central na Europa, o território francês acabou sendo ocupado tanto por gregos, quanto por romanos na história antiga. Os primeiros criaram uma colônia na região que hoje compõem a Marselha, enquanto que os últimos dominaram boa parte do território antes ocupado pelos gauleses – cujo domínio se estendia à Bélgica e outros territórios adjacentes.
Da mistura entre gauleses e romanos, nasce a língua que daria origem ao francês moderno. Esta sobreviveria aos tempos de crise que a Gália – nome da província gaulesa sob judicie do império romano – sofreu por conta de invasões de povos considerados bárbaros como os das tribos germânicas, aproveitando a ruína de Roma para conquistar novos espaços no continente.
Mas antes mesmo da Idade Média, a grandeza francesa se faz presente a partir do primeiro rei dos Francos, Clóvis I, no fim do século V. A partir do seu comando e de outros reis ao longo do período, a França torna-se um dos maiores impérios do mundo, com sua extensão territorial percorrendo quase toda a Europa até a batalha de Fontenoy, quando Lotário, derrotado pelos seus irmãos Carlos e Luís, dividiu o território em três reinados.
Durante esse processo de formação societal e consequentemente nacional, que culmina com a Revolução Francesa em 1789 na derrubada do regime monárquico, a França e seu povo já trabalhava fortemente na formação científica e cultural que daria base até mesmo para a identidade europeia vindoura. Cria-se no país o estilo arquitetônico gótico, demonstrado em grandes relíquias da humanidade como a catedral de Notre Dame, além do ars nova, que ajuda na criação do sistema moderno de notação musical. Além disso a França possui uma longa lista de cientistas que revolucionaram a ciência da época, com influências sentidas até hoje, como René Descartes com seu racionalismo, e François Viète que teve papel vital no desenvolvimento da álgebra ao utilizar letras como parâmetros ao invés de números em equações matemáticas.
A mistura entre cultura e ciência, principalmente a matemática, acabou chegando ao universo dos jogos por meio da banca francesa, que leva este nome apesar de ter origem portuguesa. A banca, que pode ser encontrada em cassinos listados no website https://www.casinos.pt/jogos/banca-francesa/, é um jogo baseado em três dados lançados por um crupiê e seus consequentes resultados. Apostas podem ser feitas em números grandes (14, 15 ou 16), pequenos (5, 6 e 7) e também em ases, quando o total dos três dados é igual a 3. Os dados são jogados em um semicírculo, cuja parte de circunferência é onde ficam os jogadores que fazem suas apostas, que podem pagar 1:1 para apostas em grandes ou pequenos, e 61:1 para apostas nos ases. Assim o jogo acaba por misturar tanto a influência francesa da cultura de entretenimento com estes jogos de cassino, quanto a questão matemática por conta de suas proporções e até o elemento “geométrico” trazido pelo semicírculo já mencionado.
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Hoje em dia, a França já não é mais um império. Mas seu legado histórico deixou ao país riquezas culturais, sociais, e também econômicas que permitem que o mesmo seja altamente influente na coordenação de esforços mundiais conjuntos pela paz entre povos e também pela sustentabilidade.
Enquanto os laços entre Tocantins e França tem ficado mais fortes ao longo dos anos, incluindo aí esforços de promoção para atrair turistas franceses ao estado, estes ainda não são tão fortes quanto poderiam ser. Principalmente no quesito proteção ambiental, que é uma causa que demanda esforços e recursos onde nações como a França poderiam se fazer mais presentes.
Talvez no futuro, em um contexto fora de crise onde a proteção ao meio-ambiente volte a voga, o fortalecimento desse entrelace aconteça. Até lá, continuaremos a admirar alguns dos nossos grandes prédios históricos em Tocantins muitas vezes sem perceber que alguns deles, como a Catedral Nossa Senhora das Mercês, tem inspiração clara em alguns dos principais prédios que hoje se encontram em território francês.