Por Marcos Lacerda
Ap 3.18. Aconselho-te que de mim compres ouro refinado no fogo, para que te enriqueças; e vestes brancas, para que te vistas, e não seja manifesta a vergonha da tua nudez; e colírio, a fim de ungires os teus olhos, para que vejas.
A igreja em Laodicéia estava situada em uma região privilegiada. Esta era a mais rica das sete cidades, conhecida por seu sistema bancário, manufatura de lã e uma escola de medicina que produzia ungüento para os olhos. Seus cidadãos, inclusive os cristãos que nela havia, levavam uma vida de opulência e muito luxo.
No entanto, ela enfrentava uma grave crise hídrica, o que levou os governantes dessa cidade a construir um aqueduto que trazia água de Heliópolis, uma cidade que distava dez quilômetros, e esta chegava em Laodicéia morna, condição própria para induzir a náuseas e vômitos.
A situação da cidade foi usada metaforicamente por Jesus para definir a condição que a igreja estava. A vida espiritual daqueles cristãos era um contraste de sua realidade material. Aquela igreja estava tão morna quanto suas águas e Jesus não suportava mais aquela situação. Ela provocava “náuseas” em Jesus que estava prestes a “vomitá-la”.
O versículo em apreço revela-nos três pilares que sustentava aquela crise, a saber, pobreza espiritual, nudez de caráter e cegueira da verdade. Infelizmente, estes pecados estão vivos e operantes na atualidade.
O acúmulo de bens terrenos não representam espiritualidade. Muito menos a ausência deles. Riqueza É dom de Deus (Ec 5.19), mas o amor a ela é pecado (1Tm 6.10). É pobre alguém que põe sua fé nas riquezas. Os tesouros eternos e as riquezas celestes que adornam o espírito do crente devem ser prioridade neste mundo materialista (Mt 6.19,20).
Um cristão despido da justiça de Deus está exposto à vergonha. Todo crente precisa “vestir a camisa da fé” e viver uma vida justa e piedosa (Ap 3.18). O que mais põe o evangelho em descrédito neste mundo ceticista é um movimento “gospel” libertino e sem doutrina. O mundo nunca se curvará diante de um “cristão” cuja vida é semelhante a ele.
Os guias cegos de que falou Jesus continuam nos púlpitos levando consigo outros desatentos (Mt 15.14). Há uma geração de lobos assassinos e sanguinário que estão à soltam destilando maldades. O piores cegos não são os incrédulos (2Co 4.4), mas aqueles que se dizem crentes. O colírio do céu está disponível para curar esta cegueira, tanto dos líderes cegos quanto das ovelhas perdidas.
Em contraposição a esta questão, Jesus continua a bater na porta por sua insistente misericórdia. Deixe Ele entrar, seu lugar ainda está reservado no trono (Ap 3.21).