A Portas Abertas contou como os cristãos perseguidos estão enfrentando as mudanças em tempos de COVID-19. Na China, onde surgiu o coronavírus, os cultos passaram a ser on-line e diários. E a aproximação dos irmãos ficou mais sólida, já que todos tinham mais tempo para se dedicar ao relacionamento com Deus e uns com os outros. Da Coreia do Norte não há dados oficiais, mas estima-se que se a doença chegar até o país numero 1 em hostilidade aos cristãos na Lista Mundial da Perseguição (LMP) 2020, não haverá condições para socorrer a população.
A COVID-19 no continente africano
Na África Subsaariana, o coronavírus já estava sendo esperado, já que foi constante o contato com chineses. A região que enfrentava os ataques de grupos extremistas como o Boko Haram, tinha algo a mais com que se preocupar. Líderes mundiais, como o gerente do Programa de Operações de Emergência da Organização Mundial da Saúde para a África, Michel Yao, manifestou a preocupação com o continente por causa da deficiência dos sistemas de saúde. “Será uma grande luta, porque os serviços de saúde estão bastante sobrecarregados para lidar com doenças em curso, como malária e sarampo, e o atual surto de Ebola”, disse Yao em entrevista ao The New York Times.
A situação na região foi agravada pela falta de unidades de terapia intensiva em hospitais em regiões mais distantes das capitais. Porém, uma das medidas para tentar conter a COVID-19 foi a restrição de locomoção a países de alto risco como Itália, Irã, Coreia do Sul, Espanha, Alemanha, França, Suíça, Estados Unidos, Reino Unido e China.
Fortalecendo a Igreja Perseguida em tempos de COVID-19
As atividades das Portas Abertas tiveram que ser adaptadas nos locais onde os governos aplicaram a quarentena. Na Ásia Central, o evangelista Ilmur*, que percorria as vilas levando a mensagem do evangelho, precisou interromper as viagens. Uma saída encontrada foi capacitar os cristãos locais para dar o devido apoio aos que são novos na fé.
Na Colômbia, o abrigo para filhos de cristãos perseguidos também está em isolamento social. As aulas passaram a ser via internet e as visitas foram suspensas até que as autoridades locais autorizem a volta à normalidade. Todo cuidado com as crianças e adolescentes foi bem-vindo. “Um grande número de pessoas que vive em nosso centro vem de comunidades indígenas, e isso é algo que os torna vulneráveis à doença porque eles têm um sistema imunológico fraco e suas defesas são muito baixas”, disse o líder do projeto à Portas Abertas.
A crise também chegou à Síria, porém os números informados pelas autoridades são pequenos. Apesar disso, a preocupação foi grande no país número 11 na LMP, já que ainda enfrenta os reveses da guerra em curso há nove anos. Segundo Elias*, um cristão local que trabalha em uma organização parceira da Portas Abertas, a imunidade da população é baixa. “Durante anos, muitos sírios não foram capazes de consumir alimentos saudáveis. Os médicos na Síria veem que muitos são vulneráveis às doenças sazonais por causa disso. Isso inclui o coronavírus”, refletiu.
Muitas das pessoas que estão na Síria adquiriram doenças por causa dos estresses da guerra, como diabetes e hipertensão. O cuidado com os idosos é precário, já que o número de profissionais jovens que foram para outros países é alto. Outro ponto que agrava a situação é a falta de água e de itens de higiene básica.
A Portas Abertas no Brasil continua trabalhando para engajar mais pessoas na causa da Igreja Perseguida. Mesmo distantes, os colaboradores do escritório em São Paulo trabalham de casa para que os cristãos brasileiros e da América Latina continuem a receber informações das ações de Deus em todo mundo. O secretário-geral Marco Cruz escreveu uma carta para todos os irmãos e parceiros convidando a todos para manter a esperança viva em Cristo e o apoio aos cristãos perseguidos em todo o mundo.
Uma das medidas tomadas foi dar acesso ao conteúdo da Revista Portas Abertas de abril a todos através do site. A campanha da mala direta também estará disponível em ambiente virtual. Infelizmente, algumas visitas às igrejas foram canceladas e outras adiadas. Mas a confiança na soberania de Deus em meio à crise da COVID-19 continua inabalada. Continue conosco nesta caminhada para fortalecer a Igreja Perseguida ao redor do mundo. Temos transmissão ao vivo (live) toda sexta-feira, às 19h, no nosso canal do Instagram. Junte-se a nós para orar e ouvir aquilo que Deus tem para a igreja no Brasil e nos países da Lista Mundial da Perseguição.
Apesar da COVID-19 ter mudado a rotina de boa parte do mundo, a perseguição aos cristãos ainda é real. Nos meses onde há celebrações como Natal e Páscoa, as tensões aumentam. Em 2019, durante as comemorações da ressureição de Cristo, sete homens-bomba atacaram igrejas e hotéis, matando 259 cristãos e ferindo 500, no Sri Lanka. A Portas Abertas convida você a fazer parte da campanha #UmComEles, onde os afetados pelos ataques recebem ajuda com as necessidades básicas durante 5 meses. Apoie esta causa!
*Nomes alterados por segurança.