Da redação JM
O reverendo Augustus Nicodemus, da Igreja Presbiteriana de Recife (PE), alertou sobre a necessidade de a Igreja ter sua voz profética ativa denunciando qualquer autoritarismo do Estado contra os necessitados.
Em um sermão que tem como base o livro de Amós – o profeta da justiça social -, Nicodemus chama a atenção para o perigo de a Igreja tomar partido político em sua missão e acabar silenciada pelo seu ativismo partidário.
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“Deus se ofende de verdade é com a opressão do pobre, o esmagamento do necessitado, feito pelos poderosos, nobres e reis e ricos, simplesmente porque eles querem satisfazer seus desejos de prazer, luxúrias e de uma vida abastada. É contra isso que a Igreja tem que levantar a voz profética!“, pontuou.
O líder presbiteriano afirma ainda que uma igreja que toma partido político deixa de cumprir essa missão dada por Deus de confrontar as injustiças sociais.
“A igreja não tem que se meter em política partidária…a igreja para ser voz profética ela tem que ser independente de qualquer partido e denunciar isso quer seja feito por um partido de esquerda ou de direita.”
Ele conclui dizendo ainda que a “igreja é a consciência do Estado”.
Assista:
O profeta Amós
Amós é o contemporâneo mais velho de Miquéias e Oséias e foi o primeiro dos profetas escritores. Seu nome significa “aquele que leva cargas pesadas”. Amós era criador de gado e produtor de figos numa vila ao sul de Jerusalém chamada Tecoa. Amós recusou-se a ser chamado de profeta evidenciando a sua ruptura com as instituições formais de seu tempo: o palácio real e o templo (7:14-15).
Essa independência institucional permitiu a Amós proclamar a Palavra de Deus livremente sem nenhuma preocupação com a opinião pública ou interesses escusos. Nada mais se sabe sobre Amós. Alguns eruditos presumem que, após o pronunciamento de seus oráculos, tenha voltado para Tecoa, editado e redigido suas palavras tal como as temos hoje. Outros ainda afirmam que discípulos que o tenham seguido registraram seus oráculos.