O Ministério Público em Ribeirão Preto (SP) pediu a devolução de mais de R$ 2 milhões que teriam sido doados a uma igreja evangélica frequentada pelo empresário Michel Pierre de Souza Cintra. Ele é acusado de praticar um golpe estimado em R$ 250 milhões com a venda de produtos pela internet por meio do site Pank.
De acordo com o promotor de Justiça Aroldo Costa Filho, a igreja sabia da origem ilícita dos recursos recebidos pelo empresário e não pode permanecer com o dinheiro recebido do empresário.
“Aguardo manifestação da igreja no sentido da devolução espontânea de todo o dinheiro doado, pois a partir do momento que eles tomaram conhecimento de que esse dinheiro foi auferido por prática de crime eles têm consciência da ilicitude desse dinheiro e, portanto, devem devolver”, disse.
Segundo o promotor, caso não haja colaboração, ele deve ingressar com uma representação. “Se não houver uma devolução espontânea eu devo instaurar um procedimento para se apurar inclusive se eles [integrantes da igreja] estavam de boa ou de má fé ao receberem esse dinheiro doado.”
PRESO
Apontado pelas fraudes ao lado da mulher Viviane Boffi Emilio, o empresário Michel Pierre de Souza Cintra foi levado nesta quinta-feira (3) de Cascavel (PR), região onde foi preso na última segunda-feira (31) durante uma fiscalização em um ônibus feita pela Polícia Rodoviária Federal, por agentes da delegacia seccional de Ribeirão Preto.
Antes de ser preso, Cintra foi investigado por seis meses e flagrado por câmeras de segurança na região do Morumbi, em São Paulo, onde morou em um apartamento alugado por R$ 5 mil por mês, segundo as investigações. Ele também foi visto no Terminal Rodoviário do Tietê, de onde partiu para a viagem a Foz do Iguaçu (PR) na qual acabou encontrado pela polícia. A suspeita é de que ele tentava uma fuga para Santiago, no Chile.
A mulher dele está presa desde setembro do ano passado.
A 4ª Vara Criminal determinou o leilão dos bens. O dinheiro arrecadado será depositado em uma conta judicial e poderá ser utilizado em decisões posteriores sobre o caso. A promotoria estima que 80 mil clientes tenham sido lesados.
Além disso, o MP aponta que os investigados contrataram, porém não pagaram agências de publicidade responsáveis por anúncios do Pank.
Embora as defesas sustentem a tese de que a página apenas anunciava as mercadorias, não tendo responsabilidade sobre as vendas, um documento dos Correios aponta que o site despachou 24 mil itens para todo o país entre outubro de 2011 e agosto de 2013.
Da Redação JM Notícia com informações G1 Ribeirão Preto