Da Redação JM Notícia
A crise financeira fez com que a Igreja Batista Ágape de Paraíso do Tocantins tomasse a decisão de fechar umas das três Casas de Abrigo para crianças que tem na cidade por iniciativa da Igreja por meio da Associação Social Ágape (ASA). Funcionam além da Casa dos Meninos Ágapes, que será fechada, as casas Meninas dos Olhos de Deus e Bebês Ágape.
O triste comunicado foi feito no ultimo dia 11 de janeiro pela igreja em seu perfil no Facebook.
Foto:ReproduçãoCrianças que são atendidas pelo projeto Casa do Meninos Ágapes da Igreja Batista Ágape
“Após uma reunião com os pastores da Igreja Batista Ágape no bela Vista e relatórios de nossas despesas e a necessidade de ajustes como falamos na última reunião, ficou decidido em reunião que fecharemos a casa dos meninos por não termos os recursos para manter a mesma.” diz a nota.
Foto: ReproduçãoCrianças que são cuidadas pela Igreja Batista Ágape por meio do projeto Casa dos Bebês
Ainda segundo a informação dada pela direção o valor necessário para manter o projeto chega a 15 mil reais, entretanto, a entrada de recursos não chega a 50% desse valor. “O convênio da prefeitura Municipal de Paraíso no valor de R$ 5.000,00 para a casa dos meninos e com outros recursos temos uma entrada de máximo de R$ 7.500,00 mensal”, explica.
A nota finda informando que o poder judiciário local já foi comunicado e também o Conselho Tutelar.
“Esse fechamento será gradativamente para a entrega dos meninos ao judiciário. Qualquer outra informação pode nos procurar. Continuaremos com a casa das meninas e bebês enquanto conseguirmos manter as mesmas. Continuaremos fazendo os ajuste que forem necessários”, encerra.
Posicionamento do Ministério Público
O Ministério Público Estadual (MPE), por meio da 3ª Promotoria de Justiça de Paraíso do Tocantins, instaurou inquérito civil para apurar o fechamento do abrigo para crianças mantido pela Associação Social Ágape e a inexistência de instituição pública de acolhimento naquela cidade.
Segundo o Promotor de Justiça Guilherme Goseling, o inquérito tem a finalidade de investigar se o município poderia subsidiar financeiramente a instituição mantida pela Associação ou então criar uma casa de acolhimento pública. “Não podemos ignorar o iminente risco de diversas crianças ficarem ao total desamparo face a omissão do poder público”, destacou.
Instaurado no último dia 15, o inquérito estabelece que seja enviado ofício à Associação Social Ágape, dando prazo de 15 dias para que a mesma informe a atual estrutura da casa que recebe os meninos em abrigamento; a quantidade de crianças atendidas; o gasto mensal na manutenção da unidade e para que relacione a origem dos recursos que recebe para manter a casa (doações, convênios com municípios, etc).
O Promotor de Justiça também questiona à Associação Social Ágape qual a atual necessidade financeira a ser complementada para evitar o fechamento do abrigo e se há interesse em continuar com o projeto, caso exista a complementação de recursos.
Outro ofício será enviado ao Município de Paraíso do Tocantins, para que informe sobre a existência ou não de uma casa de acolhimento para crianças mantida pelo poder público municipal.