Da Redação JM Notícia
A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Largarde, fez um apelo aos lideres do G20 – grupo das 19 maiores economias do mundo e a União Europeia – para que cooperem para fomentar o crescimento global, de forma mais igual. Na reunião, ela apresentou às delegações um relatório, demostrando o impacto da guerra comercial no Produto Interno Bruto (PIB) mundial, que pode sofrer uma perda de US$ 430 bilhões no pior cenário.
Os números não levam em conta uma possível escalada da briga de tarifas e contratarifas entre as grandes potências. Levando em consideração a situação atual, o crescimento do PIB mundial em 2020 será 0,5% menor. Segundo o FMI, apesar de todos os países serem afetados, os Estados Unidos poderiam ser especialmente prejudicados, já que seriam alvo de retaliações de vários de seus parceiros comerciais, entre eles China e União Europeia.
O FMI prevê um crescimento global de 3,9% para este ano e o próximo. No entanto, segundo Lagarde, a expansão econômica será desigual entre os países.
Situação pode afetar o Brasil
O Brasil e vários países manifestaram neste sábado (21) sua preocupação com a guerra comercial entre as grandes potências.
Isso afeta as economias mundiais, principalmente as economias emergentes”, disse o ministro da Fazenda brasileiro, Eduardo Guardia, em entrevista coletiva, após o primeiro dia de encontro. Segundo ele, os riscos aumentaram depois que os Estados Unidos começaram a aplicar tarifas as importações de produtos chineses e que a China retaliou.
“Se olharmos de abril para cá, todas as principais econômicas emergentes tiveram desvalorização de suas moedas”, disse o ministro. Mas segundo ele, a única saída – principalmente para o Brasil – continuar realizando as reformas necessárias, para fortalecer a economia e estar melhor preparado para atravessar “momentos de volatilidade”.
Segundo o ministro, o Brasil poderia se beneficiar – a curto prazo – da briga de tarifas e contra-tarifas, entre Estados Unidos e China, ocupando o espaço dos exportadores norte-americanos e vendendo mais para o mercado chinês. Pelos cálculos do governo brasileiro, isso poderia significar um ganho de US$ 2 bilhões este ano. Mas não compensaria os prejuízos que uma guerra comercial causará, a longo prazo, tanto para a economia brasileira, quanto para a economia mundial.
Guardia disse que o Brasil não tem os meios para intervir numa guerra comercial entre as grandes economias, mas deve se preparar para enfrentar maiores dificuldades, se elas aparecerem. “Se o cenário for mais adverso, a reação vamos acelerar as nossas linhas de defesa. No caso brasileiro aumenta a necessidade de consolidação fiscal: leia-se previdência, questões tributárias, questões de abertura comercial”, afirmou. Ele disse que, apesar do Brasil ter um “setor externo muito sólido”, o país tem “fragilidades” na área fiscal. Com informações Agência Brasil.