Muitas igrejas e prédios cristãos são alvos de radicais, membros da comunidade e até mesmo das autoridades. Porém o local onde isso mais ocorre é na China, contendo 90% dos ataques às igrejas registrados no mundo todo.
Os ataques a prédios cristãos na China variam desde remoção de cruzes até a demolição completa das igrejas. Entre 1 de novembro de 2019 e 31 de outubro de 2020, 3.088 igrejas foram atacadas. Quando comparado ao período do ano anterior, o número diminuiu, já que o resultado anterior tinha sido de 5.576 ataques. Porém, como citamos ontem, é importante saber que as igrejas afetadas no período referente a Lista Mundial da Perseguição de 2020 continuam sendo afetadas atualmente.
A metodologia utilizada para o Top 50 contabiliza apenas casos novos, não adicionando igrejas que ainda são afetadas, mas referentes ao período da pesquisa anterior. Na China, ao somar o total das duas últimas pesquisas, descobrimos que ao menos 8.644 foram prejudicadas. No país, as ações realizadas contra uma igreja não são facilmente anuladas, mas se arrastam por muitos anos.
As origens
O aumento no número de ataques às igrejas na China começou a partir da criação da campanha “Três correções e uma demolição”, no final de 2013, na província de Zhejiang. Essa é uma província costeira rica onde vivem muitos empresários cristãos.
Supostamente um alto funcionário do partido foi para a capital Wenzhou e se deparou com cruzes por toda a parte. Ele compartilhou seu descontentamento com o ocorrido e então a campanha foi estabelecida. Ela teve início em abril de 2014 com a demolição pública primeiro da cruz e depois do prédio todo da igreja Sanjiang.
A partir de então o número de igrejas atacadas no país só aumentou. Em 2015, foram 300; em 2016, 1,5 mil. Nos anos de 2017, 2018 e 2019, as estimativas de ataques são de 2, 2,5 e 3 mil igrejas atacadas respectivamente. Nesse período são contabilizadas apenas estimativas pois o número registrado é simbólico, sendo muito menor do que o total real. Levando em consideração os ataques desde 2015, quase 18 mil igrejas já foram afetadas na China. Apesar de ser um número alto, a estimativa ainda é considerada conservadora.
Números nos continentes
Na Ásia, dos 3.445 ataques ocorridos no último período de pesquisa, 3.088 foram na China. Na África, foram registrados 910 ataques, na América Latina 129, e na Europa 4. A América Latina foi a única região onde a quantidade de ataques subiu quando comparada ao ano anterior. No período anterior foram registrados apenas 65 ataques.
O número de igrejas atacadas na África diminuiu de 3.440 para 910. Apesar disso, a maioria delas permanece fechada e muitos líderes continuam tentando reabri-las. No continente também é importante ressaltar que dez países africanos possuem números simbólicos. Isso ocorre porque, em locais com altos níveis de violência, é difícil obter números exatos de igrejas atacadas e fechadas já que as pesquisas focam no total de cristãos mortos.
A América Latina, que resulta em 3% do número total de ataques, teve um aumento de 98%. Com exceção da Colômbia, todos os países latino-americanos aumentaram seus números. O país com a maior mudança foi o México, passando de 8 casos para 61.
O papel dos pastores e líderes para os cristãos locais torna-se ainda mais importante quando igrejas são atacadas ou fechadas. Por esse motivo, a Portas Abertas oferece seminários de preparação para a perseguição para líderes de igrejas na Índia, país muito afetado por esse tipo de perseguição. Com uma doação, a liderança da igrejas estará preparada para fazer o evangelho avançar e poderá caminhar com outras pessoas que enfrentam hostilidade por causa de Jesus.
Fonte e Foto: Portas Abertas