Da Redação JM Notícia
O vereador Filipe Martins (PSC) comentou uma declaração dada pelo presidenciável Ciro Gomes (PDT) que fez um discurso contra fraudes nas eleições comparando as igrejas com narcotraficantes, uma vez que o dinheiro arrecadado não é tributável e pode ser usado para financiar campanhas.
Na visão do parlamentar, a declaração foi infeliz. “Eu não sei qual é a igreja ele está frequentando, mas as igrejas a qual eu frequento eu não consigo enxergar isso. Agora se ele tem convívio com narcotraficantes, eu não posso enxergar isso”, disse.
A comparação do ex-ministro do governo Lula entre igrejas e narcotraficantes mostra a preocupação de muitos políticos com a força do voto evangélico nas eleições deste ano.
Filipe Martins entende como a doação dos fiéis é importante para manter as igrejas abertas e dar respaldo aos projetos sociais que ajudam pessoas carentes que foram negligenciadas pelo Estado.
“A igreja faz um investimento, é uma parceira do Poder Público e ele então faz essa comparação dizendo que as igrejas são como um narcotráfico”, reclama Martins que é evangélico e tem atuado em defesa das igrejas em Palmas.
Filipe teve apoio dos vereadores Rogério de Freitas, Laudecy Coimbra e Jucelino Rodrigues, que não também não concordam com a fala de Ciro Gomes. Laudecy, que é católica, chegou a citar que em outros momentos o presidenciável demonstrou desequilíbrio, mas que a sociedade reconhece a importância das instituições religiosas no Brasil.
Confira a Moção de Repúdio na íntegra:
MOÇÃO DE REPÚDIO Nº 01/2018.
Senhor Presidente,
Apresento a Vossa Excelência, nos termos regimentais, a presente Moção de Repúdio, a ser encaminhada ao pré-candidato à Presidência do Brasil pelo PDT, Sr. Ciro Gomes, manifestando minha indignação ao declarar que igrejas e narcotraficantes terão o poder de fraudar as eleições, colocando as igrejas e os narcotraficantes no mesmo nível, como sendo contraventores em pé de igualdade. É muito grave!
O pré-candidato à Presidência pelo PDT, Ciro Gomes, revelou-se preocupado com os financiamentos ilegais que poderão acontecer durante as eleições e chegou a declarar que igrejas e narcotraficantes terão o poder de fraudar as eleições.
A reportagem afirma que no 1º Fórum Espanha-Brasil, realizado em Barcelona com a presença, dentre outros, do ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardoso (PT) e Christian Lohbauer, Ciro Gomes fez a seguinte declaração: “Nós optamos agora pelo financiamento individual de campanhas. Ok vamos experimentar. Mas eu desconfio que serão as eleições mais fraudadas da história do país e vai ser muito facilitado por quem circula com grandes quantidades de dinheiro em espécie. Por exemplo, igrejas e narcotráfico, que estão praticamente se explicitando sobre a mesa, ou sob a mesa”, disse.
Na visão do presidenciável, as lideranças evangélicas podem utilizar o dinheiro que arrecada dos fiéis, que não é declarado, para financiar campanhas de forma ilegal, o chamado caixa 2. Isso por conta das novas regras de financiamento de campanha, que proíbe, entre outras coisas, as doações por empresas privadas.
Considerando que as igrejas são vedadas de patrocinarem e fazerem campanhas eleitorais, a exemplo do que fez o Ministério Público Federal (MPF) em Rondônia, por meio da Procuradoria Regional Eleitoral, que enviou recomendações aos responsáveis pelas igrejas do estado e aos promotores de eventos culturais como feiras, cavalgadas e exposições agropecuárias, alertando sobre a proibição de propaganda política nos locais de uso comum ou nas proximidades deles;
Considerando que não são permitidos pelas igrejas os pedidos de voto, ainda que dissimulados, as manifestações negativas e demonstrações de apoio ou de agradecimento público a pré-candidatos ou candidatos;
Considerando que, no caso dos templos religiosos, a legislação eleitoral prevê multas de R$ 2 mil a R$ 8 mil aos padres, pastores e ministros, e de R$ 5 mil a R$ 25 mil para pré-candidatos ou candidatos que desrespeitarem o impedimento. Inclusive, as entidades religiosas devem divulgar o conteúdo da recomendação a todos os membros das igrejas que sejam pré-candidatos e garantir que a legislação eleitoral seja respeitada;
Considerando que o crente vota como um cidadão consciente e não como membro de uma igreja, por serem tão importantes, os atos de votar e ser votado, é dotado de direitos e deveres, que devem ser obedecidos como um exercício da cidadania e do respeito à instituição da democracia brasileira, que é uma reconquista razoavelmente recente na política nacional;
E considerando o trabalho de libertação e recuperação de usuários de drogas, traficantes e narcotraficantes que as igrejas têm realizado no Brasil e fora dele, muito ao contrário do que fazem os narcotraficantes; solicito o envio desta Moção de Repúdio ao Sr. Ciro Gomes pelo seu infeliz pronunciamento, ao tempo em que espero contar com o apoio dos nobres Pares desta Edilidade, quanto à aprovação da mesma, por se tratar de uma matéria de atinge todos os religiosos que prezam pela conduta moral, ética e ilibada, independente do credo que cada um professa.
Palmas – TO, 22 de maio de 2018.
Filipe Martins
Vereador – PSC