Leandro Meuser, advogado de Felipe Heiderich, marido da pastora evangélica e ex-cantora gospel Bianca Toledo, afirmou na tarde desta sexta-feira, 8, que a Justiça revogou a prisão do pastor. Heiderich está detido no Complexo Penitenciário de Gericinó, no bairro de Bangu, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, após acusações de abuso sexual.
“Acaba de ser revogada. Agora tem todo um procedimento burocrático, mas ele deve sair da prisão entre esta sexta-feira e sábado”, contou Leandro em entrevista ao portal Ego.
O advogado, que havia afirmado mais cedo que Felipe estava triste, mas tranquilo, contou que o pastor ainda não recebeu a notícia. Agora, ele responderá o processo em liberdade sobre a acusação de ter abusado sexualmente do filho de 5 anos de Bianca.
“Agora ele não pode fazer nada que atrapalhe o andamento do processo. Tem algumas medidas restritivas, como não sair da cidade e entregar passaporte, que até já entreguei”, contou o advogado. Sobre alguma medida restritiva contra aproximação de Bianca, Leandro afirmou que também existe. “É algo sobre 250 metros, mas a vontade dele é essa mesmo, de ficar bem reservado”.
Leandro considera uma vitória ter a prisão de Felipe revogada e ainda afirma: “Existe muita coisa ainda para vir à tona”.
Lamento
A pastora Bianca Toledo classificou como “sem nexo” a decisão da Justiça de conceder liberdade ao seu marido, o também pastor Felipe Garcia Heiderich, preso desde a última terça-feira por suspeita de abuso contra o filho da religiosa, de 5 anos. Segundo o advogado de Felipe, Leandro Meuser, a revogação ocorreu na tarde desta sexta-feira, atendendo a uma solitação da defesa e também do Ministério Público do Rio (MP-RJ), uma vez que a conclusão do inquérito pela Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV), na véspera, suspenderia a necessidade da prisão temporária.
— É uma loucura a Justiça desse país. Estou conversando com os meus advogados. Minha única preocupação é com a minha segurança e a segurança do meu filho — desabafou Bianca ao EXTRA, com a voz fraca, sem estender-se no assunto.
A liberdade foi concedida pelo juiz Paulo César Vieira Carvalho Filho, 17ª Vara Criminal, o mesmo magistrado que, anteriormente, havia decretado a prisão temporária de 30 dias. Ainda de acordo com o advogado, a soltura depende, agora, somente de trâmites burocráticos. Felipe, porém, não deve deixar o Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio, ainda nesta sexta-feira.
— Sabemos que ele terá algumas medidas restritivas, mas não há necessidade de ficar preso — afirmou Leandro Meuser.
Na denúncia, o MP-RJ solicitou à Justiça decretação de medidas cautelares, como a proibição de contato do denunciado com a vítima e sua mãe, uma distância limite de 250 metros entre o pastor a criança e a mãe e a proibição do acusado de deixar o Rio. No mesmo pedido, solicitou também o recolhimento do passaporte do pastor Felipe.
O empresário Renato Pimentel, pai da suposta vítima, também comentou a revogação da prisão. Ele, que mora em São Paulo, virá ao Rio para poder encontrar o filho.
— Não consigo fazer nenhum tipo de observação, porque não tenho conhecimento aprofundado dos fatos. Tudo o que soube foi pela mídia. Só estou focado em ao Rio para abração o meu filho — disse.
Pastor está preso
Até o momento, Felipe continua encarcerado na Cadeia Pública José Frederico Marques (Bangu 10), no Complexo de Gericinó, acompanhado de outro detento. O pedido de prisão que havia sido feito pela DCAV, inicialmente endossado pelo Ministério Público, levava em conta as avaliações psicológica e psiquiátrica da criança, feitas por dois profissionais. Segundo as investigações, foi constatado que os abusos ocorreriam durante o banho do menino.
No pedido de prisão, a delegada Cristiana Bento, titular da Dcav, diz que o pastor mostrou “alto grau de perversão”. Segundo o documento, assinado pela policial, “a prisão do indiciado é imprescindível, uma vez que o indiciado é acusado de ter cometido crime gravíssimo, inclusive considerado hediondo”.
Senador comenta o caso
Na quarta feira, dia seguinte à prisão, o senador e pastor Magno Malta (PR-ES) discursou em plenário sobre o caso. Ele classificou Felipe como “falso pastor”, durante um pronunciamento feito em Brasília, e disse que foi pressionado por lideranças religiosas a denunciar o caso.
“O fato é que a pastora Bianca Toledo, casada com o senhor Felipe Heiderich, ela descobriu que esse pastor, falso pastor, estava abusando de seu filhinho de 5 anos de idade”, disse o senador. Segundo Magno, Felipe, após saber que a esposa estava ciente dos abusos, tentou se matar e confessou ter cometido o crime.