Falta alimentação no HGP, direção estaria pedindo contribuição pelo whatsapp

Da Redação JM Notícia

Falta alimentação no HGP, direção estaria pedindo contribuição pelo whatsapp

Em denúncia feita ao JM Notícia, na tarde desta terça-feira, 23, funcionários do Hospital Geral de Palmas teria dito que a empresa prestadora do serviço de nutrição não faria mais nenhum tipo de refeição, nem mesmo para os pacientes. E que para enfrentar o problema, a direção do HGP estaria pedindo doações por meio do whatsapp.

Os funcionários enviaram a redação do JM Notícia imagens de alimentos arrecadados sendo transportados por meio de maca hospitalar. Por telefone, o serviço social do hospital informou que o pedido de doação procede.

Dentre os alimentos solicitados estão: leite, biscoitos/bolachas, pães, carnes (peito de frango ou carne vermelha sem osso), arroz, feijão, macarrão, açúcar, farinha, verdura, legumes e frutas em geral e polpa de fruta.

A publicação viralizada pelo whatsapp traz os contato de telefone do serviço social do HGP: 3218 7845 ou 3218 7854.

 Vistoria do MPE

Após denúncia, por telefone, de que pacientes do Hospital Geral de Palmas (HGP) estariam sem receber alimentação, o Ministério Público Estadual (MPE) realizou na manhã desta terça-feira, 23, uma vistoria que confirmou esse fato. A Promotora de Justiça Maria Roseli de Almeida Pery conversou com pacientes e acompanhantes nas enfermarias e nos corredores do maior hospital público do Estado, os quais relataram que foi servido o café da manhã, mas que o almoço não foi fornecido.

Promotora de Justiça Maria Roseli de Almeida Pery durante visita ao HGP

A representante do MPE esteve na cozinha do HGP e foi informada pelos funcionários da Litucera, empresa contratada pelo Governo do Estado para fornecimento de alimentação hospitalar, de que não havia ingredientes para o preparo das refeições. Também afirmaram que já haviam informado a situação à diretoria do hospital, ainda pela manhã, e que essa baixa no estoque de alimentos teria sido comunicada anteriormente.

A Promotora de Justiça solicitou apoio policial, diante da situação de flagrante delito. O delegado Jeter Aires Rodrigues conduziu dois representantes da Litucera, uma diretora do HGP e dois representantes da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) para serem ouvidos na 1ª Delegacia de Polícia Civil de Palmas, a fim de concluir inquérito que já havia sido instaurado a esse respeito, atendendo a requisição do Ministério Público.

Para Maria Roseli “a situação é gravíssima, uma vez que a falta de fornecimento de alimentação compromete a recuperação dos pacientes internados”

Pacientes como Luiz Carlos, que aguarda procedimento cirúrgico no Hospital, relataram que foram pegos de surpresa com a falta de alimentação. “Tenho só essa laranja para matar minha fome. Ninguém veio aqui me informar que não teríamos comida na hora do almoço”.

Durante a vistoria, representantes da Sesau informaram ao Ministério Público que a empresa Litucera não cumpriu com o acordo firmado na semana passada, de que forneceria regularmente a alimentação até esta terça-feira, data em que um novo acordo de quitação das dívidas seria entabulado.

A Promotora de Justiça advertiu os representantes da Sesau de que o Estado deve acionar a empresa judicialmente, como fez no caso da paralisação dos exames laboratoriais no Hospital Regional de Araguaína, medida que resultou em liminar favorável determinando a retomada do serviço. (Com informações da Assessoria de Comunicação do MPE-TO)