O Tribunal de Justiça do Tocantins (TJTO) negou, na noite de domingo (15), o pedido de habeas corpus apresentado pela defesa do ex-governador Mauro Carlesse (Agir). Ele foi preso na manhã do mesmo dia em uma fazenda em São Salvador, Tocantins, sob suspeita de planejar uma fuga internacional. Após a prisão, Carlesse foi transferido para o Quartel do Comando Geral da Polícia Militar, em Palmas.
A prisão preventiva foi determinada pelo juiz Márcio Soares da Cunha, que apontou risco de fuga. Segundo a decisão, o sobrinho de Carlesse, Claudinei Quaresemin, ex-secretário de Parcerias e Investimentos, teria providenciado documentos de identidade e autorização de residência no Uruguai para ambos. Conversas entre os dois também indicaram supostas tratativas para enviar dinheiro ao exterior por meio de câmbio paralelo, o que pode configurar crimes como lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
Entre os inquéritos contra Carlesse estão as operações Hygea e Éris, que investigam pagamentos de propina no plano de saúde dos servidores públicos e o aparelhamento da Polícia Civil. A decisão judicial destacou que “os autos demonstram sofisticada articulação para potencial evasão do país” e que há “evidências robustas de intenção de fuga”.
A defesa do ex-governador alega que as provas apresentadas não justificam a prisão preventiva e propôs medidas alternativas, como apreensão de passaporte e comparecimento periódico à Justiça. Em nota, afirmou que Carlesse “sempre esteve à disposição da Justiça” e que irá recorrer para revogar a prisão.
Carlesse governou o Tocantins entre 2018 e 2021, período em que foi afastado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) e posteriormente renunciou ao cargo para evitar um processo de impeachment. As investigações indicam que ele já possuía passaporte italiano e residência declarada em Marsciano, na Itália, o que reforça a suspeita de tentativa de fuga.