Em entrevista ao Estúdio CBN, os antropólogos Juliano Spyer e Raphael Khalil, autores do livro Crentes: Pequeno Manual sobre um Grande Fenômeno, discutem o grande e rápido crescimento da comunidade evangélica no Brasil. Segundo projeções, até 2030, o número de fiéis pode chegar a cerca de 70 milhões, se tornando o maior grupo religioso do país.
A comunidade evangélica cresce principalmente entre as camadas sociais mais vulneráveis, especialmente nas grandes periferias. Raphael Khalil explica que essa expansão se deve ao fato de a igreja abranger diversas áreas da vida de seus fiéis, oferecendo apoio em momentos de vulnerabilidade, facilitando a criação de laços de irmandade e ajudando-os a melhorar de vida.
‘A Igreja, não só nas periferias, mas principalmente na periferia, ela contempla várias áreas da vida dos seus fiéis. Seja por uma indicação de emprego, seja pelo acesso a um atendimento médico, porque é um irmão, é dentista, é médico, é enfermeiro, e consegue facilitar esse atendimento. Seja, enfim, por doações no momento de vulnerabilidade. Então, as igrejas atuam não só na periferia, mas principalmente nas grandes periferias do Brasil, como um espaço em que quem está vulnerável consegue melhorar de vida e consegue criar uma rede de apoio que é rara em outros espaços do país.’
Juliano Spyer destacou que não é apenas o grande aumento do grupo que impressiona, mas também a velocidade na qual cresceram.
‘Lembrando que não é o tamanho deles hoje que importa tanto, mas a velocidade com que eles cresceram. Em 1970, ou seja, em 50 anos, eles passaram de 6% dos brasileiros e hoje são aproximadamente 30%. Um em cada três brasileiros é evangélico hoje.’.
Com informações Por Clara Simão*
— Rio de Janeiro https://cbn.globo.com/