Cerimônia de evangélicos na Câmara do Rio de Janeiro gera polêmica nas redes sociais

  1. Da Redação JM Notícia
Evangélicos de diversas denominações se reúnem na Câmara do Rio de Janeiro. Foto: Reprodução Facebook

No dia 29 de setembro a Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro realizou uma sessão solene pela implantação do “Dia do Encontro Interdenominacional” que foi instituído na capital fluminense. Mas ao contrário do que promovia o evento – a união das denominações – a notícia do que aconteceu no Palácio Pedro Ernesto se tornou em uma grande guerra no Facebook.

Defensores do Estado laico acusaram os vereadores evangélicos de rasgarem a Constituição promovendo um culto dentro de um espaço público. O vídeo mais criticado e compartilhado mostrava a Câmara lotada, com o público de mãos dadas cantando a canção “A Deus Seja a Glória”, muitos também oravam clamando a Deus pela cidade.

Foram mais de 1 milhão de visualizações e mais de 22 mil compartilhamentos. A maioria dos mais de 6 mil comentários eram negativos em relação ao “culto” em que se transformou a sessão solene. Foram poucos os comentários que declaravam apoio ao acontecimento e os que se atreveram a elogiar a sessão receberam curtidas negativas e até comentários maldosos.

“Agora o nosso dinheiro é usado pra fazer culto pra essas Igrejas mafiosas e estelionatárias, além de financiar esse bando de fundamentalistas. Canalhas”, declarou um usuário do Facebook.  “E o estado laico? Que falta de respeito! Deveriam pensar em fazer mais pelo povo e parar de querer misturar religião com política. Francamente, vergonhoso!”, declarou outro internauta.

Dia do Encontro Interdenominacional 

A lei (6.195/17) que colocou a data no calendário oficial do Rio foi sancionada em junho pelo prefeito Marcelo Crivella (PRB), através dela está determinado que todo o terceiro domingo de setembro diversas denominações poderão se reunir com cultos especiais.

O projeto que deu origem à data é de autoria do vereador bispo Inaldo Silva (PRB),  foi ele quem presidiu a sessão solene que contou com a participação de pastores, cantores e líderes de diversas denominações.

Entre os presentes é possível ver a cantora Flordelis, que se sentou na Mesa de Honra podendo discursar e cantar para os participantes. Além dela, também é possível identificar a cantora Nívea Silva que também se apresentou.

Religiões de matrizes africanas já tiveram dia na Câmara  

Mas ao contrário do culto religioso, a cerimônia promovida em 24 de agosto com representantes de religiões de matrizes africanas não gerou revolta nos internautas.

O ato ecumênico, levou representantes do candomblé e umbanda a lavarem as escadarias da Câmara do Rio, sendo conduzidos pelo vereador Leonel Brizola (PSOL).

Naquele mesmo dia, aconteceu o debate público com o tema “Não Mexa na Minha Ancestralidade” que invoca o direito de liberdade religiosa garantidos na Constituição Federal. Mães de santos tiveram acento garantidos na Mesa de Honra e puderam discursar em favor de suas crenças.

 

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