Estudantes temem perder vagas nas universidades após inconsistências no Enem 2019
Com a
inconsistência gerada na correção dos gabaritos do Exame Nacional do
Ensino Médio (Enem), participantes demonstram preocupações com as notas e a possibilidade
de que os erros afetem o ingresso na graduação.
Após a polêmica
e uma série de reclamações geradas nas redes sociais, o Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (Inep) reconheceu a falha e afirmou que as
irregularidades foram verificadas nos dois dias de aplicação das provas, 3 e 10
de novembro de 2019.
No entanto, em
virtude das inconsistências, estudantes continuam apreensivos e, mesmo com a
autorização do Superior Tribunal de Justiça (STJ) para a divulgação do
resultado do SISU, na terça-feira (28), alguns inscritos temem ser
prejudicados.
A estudante Ana
Caroline, 17, fez o Enem pela primeira vez no ano passado. Na tentativa de
conquistar uma vaga para o curso de Ciências
Biológicas, acessou o resultado com insegurança. “Independentemente de
terem autorizado a divulgação das notas eu não consigo acreditar que as provas
de milhares de pessoas foram corrigidas. O prazo foi curto e ninguém tem
garantia da segurança desse sistema”, desabafa a estudante.
Assim como Ana, milhares
de estudantes continuam na expectativa pelos programas do governo. Mas para
quem deseja garantir uma vaga e iniciar o ensino superior, ainda neste ano, há
possibilidade de contar o apoio do Educa Mais Brasil, que disponibiliza bolsas
de estudo em todo o país, com descontos que podem chegar a 70%. Tudo isso sem
precisar da nota do Enem. Basta acessar o site e fazer a inscrição.
Erros no
Enem
As falhas na
aplicação das provas do Enem não são inéditas. Seja durante a divulgação dos
resultados ou posterior, o Exame Nacional do Ensino Médio tem um histórico de
polêmicas desde a sua criação.
1998 – Criação do
Enem
O Exame foi criado na gestão de Paulo Renato Souza, estando
à frente Ministério da Educação, no governo de Fernando Henrique Cardoso.
1999
As Instituições de ensino superior começaram a utilizar o
Enem como forma de ingresso ao nível superior.
2000
Neste ano, o processo passou a ofertar provas em braile e
também a opção ampliada, com o auxílio de leitores.
2001
Marcou o início da política de inscrição gratuita para
concluintes do ensino médio no ano da edição.
2004
Os resultados passaram a ser utilizados como critério para
inscrição no Prouni.
2005 – Popularização
do Enem
Com a adesão do Prouni, o Enem registrou uma marca história
de inscritos em 2005: 3 milhões de inscrições e 2,2 milhões de participantes.
2009
Ocorreu um furto do caderno de questões dentro da gráfica
responsável pela impressão e o grupo de acusados tentou vendê-lo para veículos
de comunicação. Também nesse ano o exame começou a ser aplicado para pessoas
privadas de liberdade (Enem PPL).
2010
Dados pessoais de participantes das edições de 2007, 2008 e
2009 do Enem vazaram e ficaram disponíveis na internet.
2011
Nesse ano, mais de mil estudantes do Rio de Janeiro
descobriram que o local da prova indicada no cartão de confirmação estava
incorreto, causando transtornos aos inscritos.
2012
Em 2012, cerca de 129 redações do Enem 2011 tiveram
“erro material” na sua correção e parte delas teve sua pontuação
alterada.
2013
A nota do Enem passou a ser utilizada na concessão de bolsas
de estudos do programa Ciência sem Fronteiras.
2014
Foi assinado um acordo interinstitucional com uma
Instituição de Educação Superior Portuguesa, a Universidade de Coimbra, como
forma de ingresso dos estudantes através das notas obtidas.
2015
Início da política de atendimento por nome social.
2016
Estreia da coleta de dado biométrico e o uso de detectores
de metal na entrada e saída dos banheiros.
2017
Após Consulta Pública, o exame passou a ser aplicado em dois
domingos consecutivos, evitando o “confinamento” de participantes que “guardam
o sábado” por motivos religiosos.
2018
Foi implantada a etapa de justificativa de ausência e
solicitação de isenção em período anterior à inscrição.