Um cristão que fugiu de uma cidade próxima a Qaraqosh, controlada pelo Estado Islâmico, compartilhou como os militantes violentamente crucificaram seu cunhado, “da mesma forma que Jesus” e forçaram a esposa e os filhos da vítima a assistirem a tudo.
Esam, que é pai de três filhos, disse à organização ‘World Watch Monitor’ que vários parentes de sua esposa não conseguiram fugir de Qaraqosh antes que o Estado Islâmico passasse pela cidade predominantemente cristã em 2014. Como todos os cristãos da região, a família também recebeu um ultimato: “Saiam, se convertam ao Islã, paguem um imposto de proteção (jiyza) ou serão mortos”. Aqueles que se recusaram a cumprir as exigências do Estado Islâmico não foram perdoados pelo grupo terrorista.
“O irmão de minha esposa foi crucificado pelo Daesh”, disse Esam, usando outro nome para se referir ao Estado Islâmico. “Ele foi crucificado e torturado na frente de sua esposa e filhos, que foram obrigados a acompanhar tudo. Os terroristas disseram que se ele amava tanto a Jesus, deveria morrer como Jesus”.
Esam disse que os combatentes torturaram seu cunhado das 18h às 23h; Eles abriram seu estômago e atiraram no homem antes de deixá-lo pendurado na cruz.
O homem que relatou o caso também disse que, uma organização sueca ajudou a esposa e os filhos da vítima e que agora estão residindo na Suécia. Como milhares de outros cristãos iraquianos forçados a fugir de suas cidades natais, Esam está atualmente buscando refúgio no país vizinho: a Jordânia.
Um casal cristão – também de membros da família da esposa de Esam – foi sequestrado pelo grupo terrorista, segundo ele revelou. Até hoje, o marido não foi ouvido e a esposa “agora vive com um dos militantes do Estado Islâmico”.
Outras meninas de sua cidade natal foram levadas como escravas sexuais: “Ouvimos falar de 12 meninas cristãs que estão com o Daesh”, disse ele. “Pode haver mais delas nessa situação. Nosso bispo disse às pessoas para não dizerem se eles perderem suas meninas: é uma vergonha para a família”.
Genocídio
Já em janeiro de 2016, a Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa reconheceu que o Estado Islâmico promove o genocídio de cristãos e outras minorias religiosas no Oriente Médio.
“O Conselho da Europa tem respondido às evidências convincentes de que os cristãos e outras minorias religiosas no Oriente Médio são vítimas de genocídio”, disse Laurence Wilkinson, Consultor Jurídico da ADF Internacional.
“Esperamos que mais instituições sigam este exemplo para assegurar que uma ação rápida e forte seja tomada pela comunidade internacional para salvar vidas na região”, acrescentou. Guiame