Abraham Weintraub assumiu o Ministério da Educação (MEC) nesta terça-feira (9), após a demissão do antigo gestor, Ricardo Vélez, no dia anterior. O novo empossado irá gerir as políticas educacionais quem orientam 184 mil escolas brasileiras e tem como formação a graduação em Economia pela Universidade de São Paulo (USP), o mestrado em Finanças pela Fundação Getúlio Vargas e a atuação como docente da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Diante da crise enfrentada pelo MEC, paralisado desde a posse do antigo ministro no início da gestão do Governo Federal, o gestor precisará aliar os conhecimentos de economia à habilidade de lidar com a política. O clima não é amistoso. Para isso, ele vai ter que trabalhar nas competências básicas de gestão para conseguir – usando a expressão dele – colocar a bola no chão e tocar para a frente. Sem uma equipe, cada um joga a bola para um lado e o país não avança”, sinaliza o professor universitário e especialista em Administração em Educação, Jailson Silva.
Na opinião do docente, o Ministério da Educação não precisa ser gerido por alguém que tenha vasta experiência na educação – no currículo descrito no Linkedin, inclusive, Weintraub atuou mais recentemente como diretor Executivo do Centro de Estudos em Seguridade (CES), sócio da Quest Investimentos e diretor da Corretora do Banco Votorantim. “É um grande preconceito achar que um financista não pode ser gestor da Educação. Até porque a grande crítica ao ministro anterior era o fato de que ele entendia pouco de gestão. O atual é um economista, administrador, um financista”, afirma Silva.
Para “iniciar” os trabalhos do MEC em 2019, o atual gestor já nomeou seis novos secretários: Antônio Paulo Vogel de Medeiros, na Secretaria Executiva; Rodrigo Cota, que será secretário-executivo adjunto; Arnaldo Barbosa de Lima Junior, responsável pela Secretaria de Educação Superior (SESU); Janio Carlos Endo Macedo, para a Secretaria de Educação Básica. Para a Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior, foi escolhido Silvio José Cecchi. A Secretaria da Educação Profissional e Tecnológica será comandada por Ariosto Antunes Culau.
Carlos Monteiro, fundador e diretor presidente da CM Consultoria, especializada na área educacional, destaca as expectativas do setor privado para a Educação com a posse de Abraham Weintraub. “É esperado que o MEC dê condição para as instituições trabalharem e se desenvolverem, evite ao máximo enxurrada de leis, portarias e decretos comuns a todo governo”, sinaliza. Maior agilidade nos processos de andamento dos pedidos das instituições, quanto à criação e aos reconhecimentos de cursos, é outro ponto citado pelo especialista.