O ministro das relações Internacionais, Ernesto Araújo, reiterou hoje a declaração feita pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na Assembleia Geral da ONU, sobre a importância do combate à “cristofobia“: “É um conceito que já existe, o presidente não é o primeiro a usar”, afirmou em entrevista à CNN Brasil. “Acho que há uma consciência insuficiente ao redor do mundo sobre a cristofobia. Inclusive em países que já foram de maioria cristã, e onde às vezes a fé cristã é denegrida, atacada, quando outras não o são”.
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O termo “denegrir” foi alvo de discussão nesta semana por sua origem racista. Na ONU, Bolsonaro fez um apelo para que a comunidade internacional defenda a liberdade religiosa — e especificamente combata a discriminação contra cristãos: “A liberdade é o bem maior da humanidade. Faço um apelo a toda a comunidade internacional pela liberdade religiosa e pelo combate à cristofobia”, disse o presidente. “Cristofobia” é um termo que se tornou comum entre os defensores da ideologia conservadora, sobretudo os que se dizem seguidores do ideólogo de direita Olavo de Carvalho. No ano passado, a Câmara dos Deputados realizou em plenário uma sessão solente em combate à cristofobia protagonizada por parlamentares bolsonaristas e olavistas.
Ernesto Araújo chamou o discurso de Bolsonaro de “relevante, inovador e corajoso”, e negou que tenha excluído outras religiões: “No nosso caso, país majoritariamente cristão, 90% cristão, que tem no cristianismo parte de sua essência e identidade, nos sentimos na responsabilidade de chamar atenção especialmente para isso.”
Para justificar o enfoque exclusivo ao cristianismo, o ministro citou um estudo “dedicado especialmente a estudar o problema crescente e gravíssimo da perseguição aos cristãos”. Mas não citou o nome do estudo, seus resultados ou a instituição que o realizou — apenas que teria sido feito no ano passado no Reino Unido.
Fonte: UOL