Enem Digital levanta questões sobre o acesso à internet entre participantes

Enem Digital levanta questões sobre o acesso à internet entre participantes

Dados divulgados pelo
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep),
por meio da Sinopse Estatística do Enem 2018,
relativa ao Exame Nacional do Ensino Médio aplicado no último ano, apontam que
sete entre dez participantes não tinham acesso à internet nas próprias casas.
E, entre os 5,5 milhões de inscritos na respectiva edição, 2,3 milhões
afirmaram não ter nenhum computador na residência.

Se o número de participantes
que não dispõem de conexão nas respectivas residências chega a 70% do total,
vale levantar um questionamento: não ter acesso à internet em casa poderá
prejudicar os futuros inscritos? A questão é importante porque, na última
quarta-feira (3), o Ministério da Educação (MEC) e o Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) realizaram uma coletiva
de imprensa para anunciar o Enem Digital,
que será implementado em caráter de teste já na edição 2020 para 50 mil pessoas
em 15 capitais do Brasil.

Aspirante a graduanda em Odontologia, Camila Amorim tem 17 anos e
já está se informando sobre as mudanças que devem ocorrer com o Enem Digital.
Apesar de achar a proposta interessante, considera alguns pontos. “É necessário
entender primeiro de que forma vai ser esse Enem Digital”, avalia a estudante,
sinalizando que é preciso discutir um pouco mais a questão com os estudantes.

Camila realizará o Enem 2019,
mas se fosse participante do exame aplicado em 2018, seria uma das 3,2 milhões
de pessoas que afirmaram ter pelo menos um computador em casa no Questionário
Socioeconômico. Mesmo tendo o equipamento e o acesso à internet garantidos,
Camila destaca que quem não vive na mesma realidade pode sair em desvantagem.
“O uso da tecnologia influencia nos estudos e, de uma forma geral, na
aprendizagem”, pontua.

O Enem Digital será implementado em fase de
teste no próximo ano, juntamente com as provas em papel (embora, em dias
diferentes). A meta do Ministério da Educação (MEC) é que até 2026 a versão
“analógica” seja totalmente abandonada para que as avaliações digitais sejam
aplicadas integralmente para todos os participantes.

Presidente do Inep, Alexandre
Lopes sinalizou na coletiva de imprensa que “no futuro, o estudante vai
escolher a cidade e a escola onde fará a prova, o dia e irá marcar onde irá
fazer a prova”. Alinhado com a fala de Lopes, o gestor do MEC, Abraham
Weintraub, destacou que a empresa contratada para a aplicação do exame será
também responsável pela infraestrutura, que inclui os locais de prova, fiscais
de sala e computadores. Com isso, em tese, não será necessário a existência de
um computador em casa para a realização da prova.

Agência
Educa Mais Brasil – Tunísia Cores