Empresas juniores brasileiras contribuem para a formação de mais de 11 mil universitários
Ausência de fins lucrativos,
gestão realizada por estudantes universitários, trabalho voluntário e
empreendedorismo. Essas são algumas das características das Empresas Juniores,
que chegaram ao país em 1988 e já reúnem mais de 11 mil universitários em 18
estados e no Distrito Federal. Segundo a Confederação Brasileira de Empresas
Juniores (Brasil Júnior), o país apresenta o maior número de EJs atualmente.
Apenas estudantes de graduação
podem fazer parte das empresas, que permitem pessoas de mais de um curso
diferente. Os serviços prestados, a administração de projetos são realizados
por valores abaixo do mercado, que são aplicados em iniciativas das próprias
empresas.
Estudante de Engenharia
de Agrimensura e Cartográfica, Matheus Dumas está entre os empresários
juniores brasileiros. “A EJ ajuda no desenvolvimento da prática, atuando como
qualquer empresa atuaria no mercado, o que dá vivência ao aluno e experiência
ao lidar com pessoas fora do meio acadêmico e com o mundo pós faculdade. É
quase como um teste drive da vida profissional”, afirma.
A Brasil Júnior integra o Movimento Empresa Júnior (MEJ)
que existe em todo o mundo. No país, ele representa a cultura empreendedora
jovem e tem como propósito preparar os graduandos a fim de despertar e
aperfeiçoar habilidades como liderança, trabalho em equipe e comunicação.
“Grande parte do conhecimento que
adquirimos na empresa é da vivência prática, do que encontraremos no mercado.
Então, ele serve para ajudar no nosso desenvolvimento”, pontua Dumas, que
trabalha no setor de marketing da Datum Jr., empresa desenvolvida no núcleo de
engenharia da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
Segundo o levantamento Censo
e Identidade, da Brasil Júnior, 40% das empresas juniores brasileiras são
ligadas aos cursos de engenharia, 18% são da área de ciências sociais aplicadas
e 14% atuam no campo das ciências humanas. Além disso, 93% delas estão
concentradas em instituições de ensino superior federais e estaduais.
“Acho
que deveria ser uma experiência obrigatória em todos os cursos de todas as instituições de ensino superior”, defende a estudante de Publicidade e Propaganda Ana Luiza
Santiago, que fez parte da Agência Experimental Galáxia, EJ da Unijorge.
Outro ponto é que muitos estudantes acabam se sentindo perdidos sobre
qual área do curso querem seguir. Neste aspecto, a EJ também contribui para o
estudante ter mais certeza quanto a opção de curso. Além disso, têm a
oportunidade de colocar em prática tudo o que aprendem em sala de aula e descobrir
as afinidades com determinados segmentos do seu curso.
“O mercado, muitas vezes, não te aceita quando você não tem
experiência e o aprendizado adquirido nas empresas juniores é um diferencial, além
dos valores adquiridos por ser o primeiro contato profissional que a pessoa tem
com uma dinâmica em grupo. Foi uma das melhores fases para mim. Não tinha
nenhuma remuneração mas a experiência era o meu maior ganho. Eu faria tudo
novamente”, conclui a estudante.