Da redação
O empresário Paulo Henrique Sousa Costa disse durante o depoimento à Polícia Civil que o vice-prefeito de Novo Acordo, Letim Leitão, ofereceu a ele R$ 6 milhões para que ele assumisse o atentado contra o prefeito da cidade. O valor teria sido combinado antes do ataque e seria uma garantia de que o político estaria protegido caso o atirador fosse preso no dia do crime.
Os investigadores acreditam que o valor seria pago com dinheiro público, através de notas promissórias quando Letim Leitão assumisse o governo da cidade. O titular, Elson Aguiar (MDB), sobreviveu ao ataque e está fora de perigo.
Tanto o vice-prefeito como o empresário estão presos. Além dos dois, também foi detido Gustavo Araújo da Silva, que seria o autor dos disparos.
O plano
O crime teria sido motivado por desentendimentos entre o prefeito e o vice na divisão de propinas. Elson Aguiar teria deixado de repassar a parte de Letim Leitão em um desvio de R$ 800 mil. O plano para matá-lo teria sido criado ainda antes do Natal.
A polícia diz que a primeira investida não deu resultado porque os pistoleiros não conseguiram chegar a cidade. O vice-prefeito teria então contratado um novo executor, que seria Gustavo Araújo. Para localizar Araújo, ele teria recebido a ajuda de Paulo Henrique.
O crime
A família de Elson Lino de Aguiar informou que o ele estava sozinho dentro de casa quando foi alvo do atentado. O imóvel não é murado e a porta da sala estava destrancada. O atirador entrou e disparou contra o prefeito dentro do quarto dele. A vítima conseguiu chegar até a a área externa da residência, onde pediu socorro.
Elson Aguiar levou três tiros, inclusive um na cabeça. Ele sobreviveu e está internado no Hospital Geral de Palmas. Quando tiver alta, deve ser interrogado sobre a suposta propina.
Outro lado
O vice-prefeito negou qualquer participação no crime na saída da delegacia. “Sou inocente. não mandei matar ninguém. Dotozin é meu amigo”, afirmou Leitão. O G1 ainda tenta contato com a defesa dele para comentar as acusações do empresário.
Já o advogado do prefeito Elson Aguiar repudiou a acusação de envolvimento em um esquema de propina na cidade.
“O atual prefeito jamais permitiu qualquer tipo de ato ilícito durante o seu mandato, inclusive, nunca permitiu que se efetivasse qualquer pagamento a fornecedor sem processo licitatório devidamente formalizado”, diz nota enviada pela defesa.
Os outros dois investigados não quiseram falar com a imprensa.
Com informações G1TO