Todo dia 18 de abril é comemorado no Brasil o Dia Nacional do Livro Infantil, A data foi escolhida em homenagem ao nascimento do grande escritor brasileiro Monteiro Lobato, autor de diversas histórias infantis, conhecidas por várias gerações.
Antes mesmo de surgirem na televisão, as aventuras vividas por Dona Benta, Tia Anastácia, Narizinho, Pedrinho, Emília e o Saci e toda turma do Sitio do Pica Pau Amarelo, um dos maiores e mais conhecidos sucessos de Monteiro Lobato foram apresentadas através dos livros.
Outras histórias como as do Menino Maluquinho, de Ziraldo, ou O Meu pé de Laranja Lima, de José Mauro de Vasconcelos, marcaram a infância de muitas gerações. Essas narrativas estimulam a imaginação de sentimentos como medo, tristeza, vergonha, amor associados, sempre associados ao universo da fantasia. As historinhas infantis também são muito importantes para o desenvolvimento pessoal e criativo de várias crianças, através de livros com contos divertidos, letras engraçadas e ilustrações coloridas.
Por essa razão, apresentar a literatura ainda na infância é uma atividade importante pois, através dela, as crianças podem vivenciar inúmeros sentimentos e sensações. Além disso, as crianças que têm acesso à leitura podem ser tornar mais comunicativas, criativas, curiosas e mais empáticas.
E não é somente elas que se beneficiam desse processo, a família também. Quando a leitura é feita em conjunto (pais, avós, tios, irmãos), a conexão familiar é fortalecida. Por isso, o livro infantil deve ser considerado um grande amigo.
Literatura como ferramenta social
A literatura infantil também tem sido essencial para a discussão de temáticas sociais. É o caso do livro “Bela, a diferente abelhinha que virou rainha”, da escritora baiana Palmira Heine. No livro Heine conta a história de uma abelhinha que tinha o corpo e cabelo diferente das demais, e na buscar de ser inserida, sempre mudava as suas características.
Infelizmente, essa é uma narrativa comum e verídica. Palmira conta que a história de Bela foi baseada em um episódio da vida real. “A inspiração veio de minha filha, que tem uma colega que achava que o cabelo dela era feio”.
De acordo com a escritora, temas como esse têm sido demandados pelas crianças, pois elas estão inseridas em uma sociedade excludente. Desde a publicação do seu primeiro livro, quando tinha 18 anos, Palmira se dedica a escrita infantil, enquanto também atua como professora universitária. A lista de livros publicados é vasta e entre os títulos estão “Chapeuzinho no Pêlo”, “Mila, a pequena sementinha”, “O sonho de Ritinha” e tantos outros.
Além de contribuir para o debate social, a literatura também pode ser um instrumento didático. De acordo com a autora, é possível utilizá-la em várias disciplinas, como por exemplo, na matemática. Um exemplo é o livro “A amizade no mundo dos números”, que conta a história do “0”, um personagem que se sentia triste porque diziam que ele não valia nada. “Você pega um conceito de matemática e traz de uma forma lúdica para adaptar ao universo infantil”, explica a escritora.
O Mercado na Literatura Infantil
Não existe uma faculdade própria para isso, mas para os que se interessam pela área, cursos como Letras e Jornalismo podem ajudar a desenvolver essa habilidade.
Para quem deseja seguir a carreira de escritor e até trabalhar com literatura infantil, é preciso ter muita disposição. Quem inicia fazendo as publicações de forma independente, pode encontrar muitas adversidades. É que geralmente as editoras conhecidas preferem autores com mais visibilidade.
Essa é uma área que têm crescido e também dado bons rendimentos. O Sindicato Nacional dos Editores de Livros em parceria com a Associação Nacional de Livrarias divulga mensalmente um balanço feito por todas as lojas que realizam a venda de livros. No início do ano, houve um aumento no número de vendas dos livros infantis, quando comparado ao mesmo período do ano passado. A categoria infanto-juvenil teve um aumento de aproximadamente 15%.
Fonte: Agência Educa Mais Brasil