O presidente da Acipa, Kariello Coelho iniciou o debate apresentando para Raul Filho, uma série de problemas atuais e que entravam o desenvolvimento do comércio, resultando no crescente fechamento de empresas em Palmas. Kariello demonstrou preocupação pela falta de diálogo tanto com o governo estadual e o da capital. “A classe empresarial precisa participar dos projetos de desenvolvimento da cidade, precisamos mudar a forma de fazer política, não podemos deixar a prefeitura sendo a maior geradora de empregos com seus contratos de trabalho, pelo contrário, isso tem que ser função da iniciativa privada, desde que receba apoio e trabalhe em conjunto com a gestão”, apontou o dirigente da Acipa.
Já Raul Filho, considerou a construção civil e seus investimentos em obras para a Educação, Infraestrutura, Habitação e Saúde como uma das propulsoras do desenvolvimento econômico de uma cidade. “Quando assumi a prefeitura, em 2005, era proibido por lei, construir prédios acima de quatro andares. Tentaram me convencer que Palmas devia crescer apenas horizontalmente, para não ofuscar a visão da serra e do lago. Mudamos essa lei. Isso fomentou o comércio, com a chegada de grandes empresas de construção civil. De lá para cá, podemos ver o crescimento da capital com seus belos edifícios”, relatou.
O ex-prefeito de Palmas lembrou ainda a geração de renda por meio de economia popular e com foco para o pequeno empreendedor. “A criação do Banco do Povo no nosso governo, financiou a construção dos quiosques como geradores de empregos e valorizou o empresário daqui da nossa região. Tudo o que fizemos, foi para favorecer e impulsionar o crescimento empresarial. Hoje, o que é feito, é para empresas de fora e que não contribuem aqui”, lamentou.
A presidente da Associação Tocantinense de Supermercados (ATOS), Maria de Fátima de Jesus, refletiu sobre a importância das entidades em sabatinar todos os pré-candidatos, para esclarecer o que estão planejando e o que pretendem fazer para resolver os problemas atuais, caso sejam eleitos. “Precisamos estar próximos do poder público e participar dos projetos, pois, as decisões políticas afetam o comércio e não podemos deixar isso ficar de forma unilateral. Raul tem uma excelente visão de Palmas, conhece a cidade de ponta a ponta e fez muito para o seu desenvolvimento. Queremos que a capital cresça com características do nosso povo, não precisamos importar gente dos grandes centros para cá, aqui temos gente competente”, ironizou.
Raul esclareceu ainda sobre o controle fiscal na época de sua gestão. A redução e gastos da estrutura administrativa diminuindo para 19 secretarias e a folha de pagamento atingindo no máximo 47% no orçamento, muito abaixo do permitido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que é de 51%.
O ex-prefeito, cobrou das associações uma postura mais “agressiva” diante dos exageros da atual gestão municipal, o que considerou uma possível prática de crime orçamentário. “Uma entidade como a Acipa, deve requerer junto à prefeitura um canal de prestação de contas e transparência, e se o gestor negar, impetrar isso por meio da justiça”, enfatizou.
Estacionamento Rotativo
O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Palmas (CDL) Davi Gouveia, destacou a união das classes sociais para expandir e tornar público o debate. “Não podemos deixar que os projetos sejam conduzidos arbitrariamente”, afirmou o dirigente, compartilhando ainda o desgaste com a tentativa de dialogar com o atual prefeito, em busca de melhorias para o projeto de implantação do estacionamento, para evitar danos ao comércio. “Queremos um gestor que tenha a sensibilidade de ouvir os anseios da classe empresarial, precisamos de um canal direto junto ao futuro prefeito de Palmas”, clamou.
Raul Filho foi categórico em relação ao estacionamento rotativo e criticou o contrato milionário em que a prefeitura fica com apenas 7% e a empresa com 93%. Raul defendeu, que essa cobrança não seja com o intuito de arrecadar e sim, um motivador filantrópico para entidades sociais. “O objetivo de um governante deve ser o de educar, e não punir a sociedade com aumento de impostos, e que tanto já sofre com corrupção”, completou.
“As portas sempre estarão abertas para discutir o futuro da nossa cidade, desde que, sejam projetos que venham impulsionar a economia e desenvolver qualidade de vida para a sociedade”, encerrou o presidente da Acipa, Kariello Coelho.
Também participaram do encontro os empresários, Bruno Mamede, Alexander Neves, Mauro Mota, Lucian Baldon e Danyllo Santiago Carvalho.