Da redação JM
O presidente Jair Bolsonaro disse nesta 5ª feira (11.abr.2019) que quer concluir a transferência da embaixada do Brasil em Israel de Tel Aviv para Jerusalém. A declaração foi dada durante encontro do Conselho de Ministros Evangélicos do Brasil, no Rio de Janeiro.
O presidente citou o pastor Silas Malafaia, que participou do evento desta 5ª e foi quem realizou o casamento entre o presidente e a primeira-dama, Michelle Bolsonaro:
“Como disse Silas Malafaia, quem decide onde é a capital ou não de Israel é o seu povo, seu governo, seus parlamentares”.
Bolsonaro voltou a comparar a medida a 1 casamento e não especificou quando ela deve ser anunciada: “assumimos aquele compromisso e obviamente queremos cumprir, mas como 1 bom casamento, tem que namorar, ficar noivo e no meu caso ver se a noiva realmente me merece e partir para o casamento”
O governo Bolsonaro confirmou no dia 31 de março, durante visita a Israel, a abertura de 1 escritório de comércio, investimento, tecnologia e inovação em Jerusalém. A decisão foi encarada como uma alternativa à transferência da embaixada brasileira à cidade.
A mudança da embaixada foi uma das promessas da campanha eleitoral de Bolsonaro.
Encontro com Magno Malta
Enquanto contava sobre sua viagem com os filhos para o país, em 2016, quando foi batizado no rio Jordão, o presidente fez questão de reafirmar sua proximidade com a família.
“Muitos tentaram afastar de mim. Mas ninguém afasta um filho do pai, o pai do filho”, disse.
Bolsonaro também fez um cafuné no ex-senador Magno Malta, aliado na campanha que acabou fora de seu governo: “Quase chorei, confesso. Que nunca mais nos afastemos”.
O almoço
Servido num hotel na Barra, zona oeste do Rio, o almoço foi organizado pelo pastor Silas Malafaia, que sentou-se à mesa com o presidente.
“Não votamos em Bolsonaro exclusivamente por causa de agenda moral. Votamos porque ele tem vida limpa, [por causa da] questão da segurança, da corrupção, de um novo país, de desemprego, máquina emperrada”, disse Malafaia, dirigindo-se à imprensa.
Ele também comentou a pesquisa Datafolha que mostrou que, em três meses de governo, Bolsonaro tem a pior avaliação entre seus antecessores em primeiro mandato.
“Nos últimos 24 anos, quem governou o país? Quem foi eleito presidente e encontrou estado de calamidade, roubalheira como o presidente Bolsonaro?”, questionou Malafaia.
O pastor parabenizou o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Dias Toffoli, e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), que compareceram ao almoço.
“Tive dúvida quando foi colocado como presidente do Supremo”, disse Malafaia, acrescentando que reconhece que Toffoli age como guardião da Constituição.
O presidente do STF, em nome do Judiciário, disse que os evangélicos atuam na resolução de conflitos e que ajudam os mais necessitados. “O trabalho que os evangélicos têm feito no nosso país merece e deve ter reconhecimento”, afirmou.
Ele também disse que o momento é de união, serenidade e diálogo. Afirmou ainda que não se pode deixar que intrigas tirem o país do trilho. “Que Deus abençoe a nação brasileira”, afirmou ao fim de seu discurso.
Nas duas mesas principais, sob um telão onde se lia “Deus abençoe o Brasil!”, sentaram-se Bolsonaro, Malafaia, Toffoli, Alcolumbre e Witzel. Ex-senador, Magno Malta (PR-ES) foi acomodado na frente de Alcolumbre.
O irmão de Malafaia, o deputado estadual Samuel (DEM-RJ), e o afilhado político do pastor na Câmara, Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ), almoçaram na mesma mesa.
Lá estavam algumas das maiores lideranças evangélicas do país, como os patronos das duas maiores Assembleias de Deus, José Wellington Bezerra da Costa (do ministério Belém) e Manoel Ferreira (ministério Madureira).
Os assembleianos, segundo o Censo, formam a ala majoritária dos evangélicos no Brasil. O próprio Malafaia vem dali: comanda a Assembleia de Deus Vitória em Cristo.