Ronaldo Dimas (Podemos) disse que está “inconformado com a falta da ação do governo do Tocantins no combate a pandemia provocada pelo novo coronavírus”. O prefeito de Araguaína criticou, neste sábado, 28 de março, a estratégia da administração estadual de repassar toda a responsabilidade para as gestões municipais.
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“Como ele pode dizer que a decisão de abrir ou não o comércio cabe só as prefeituras”, frisou Dimas, ao criticar o governador Mauro Carlesse (DEM). Dimas destacou que em outros estados, como São Paulo, Rio de Janeiro, Maranhão e Rio Grande do Sul, os governos assumem a sua responsabilidade, indicam diretrizes e respaldam decisões municipais.
“É possível até hoje não ter tido uma única reunião sequer com os municípios que têm estrutura hospitalar? Quais as estratégias? De que forma serão ampliados os leitos para atendimento? Qual contribuição financeira virá do Estado para os municípios?”, questionou Dimas.
Para o prefeito, é muito fácil o Estado suspender aulas, “única medida efetiva até agora”, e se eximir de qualquer outra responsabilidade, jogando para os prefeitos como se fossem os únicos obrigados a buscar todas as soluções.
“Aqui está tudo nas nossas costas. Temos que aguentar sozinhos a pressão dos comerciantes, da sociedade, das entidades médicas e de todos os setores”, frisou o prefeito.
Segundo Dimas, dessa forma não é necessário ter um governador e uma gestão estadual. “O governador tem que agir, discutir e orientar estratégias e preventivamente. Não se esquivar como tem feito. As cidades não podem ficar sozinhas”, ressaltou Dimas.
O prefeito ressaltou que o governo estadual tem a obrigação de coordenar o trabalho na saúde pública e também de buscar medidas de apoio financeiro para os impactos das medidas restritivas necessárias pelo novo coronavírus. “Estamos abandonados à própria sorte, com toda a responsabilidade. Está muito errado. O governador e sua gestão tem que apoiar os municípios e debater as políticas públicas para esse momento de crise”, afirmou, antes de lamentar a situação. “O que eu menos queria era fazer, em um momento tão difícil, é esse tipo de crítica ou desabafo. É hora de união, de trabalho conjunto, é isso que mais queremos.”