O prefeito de Araguaína, Ronaldo Dimas, teve mais uma reunião de trabalho remota com representantes de instituições locais, nessa segunda-feira, 3, para abordar soluções diante do colapso dos leitos em unidade de tratamento intensivo (UTI) na cidade. Uma das respostas propostas é a ordem de serviço para construção da primeira etapa da sede própria do Hospital Municipal Eduardo Medrado (HMEM), que servirá temporariamente como hospital de campanha.
A ordem de serviço para a obra será assinada já nesta quarta-feira, 4. O local receberá 60 leitos, sendo 20 em UTI e 40 clínicos. A construção do novo prédio recebeu apoio unânime de todos os participantes da reunião.
“Eu sou a favor de funcionar, nós não temos leitos. Não tem como falar que não vai atender uma demanda, que está aumentando”, comentou a professora da Universidade Federal do Norte do Tocantins (UFT) Kênia Rodrigues. Já presidente do Conselho Municipal de Saúde, Agnaldo da Silva Teixeira, fez um alerta quanto a necessidade do novo prédio. “Não cabe mais nada no prédio atual”.
Participaram da reunião representantes das secretarias municipais de Araguaína, câmaras de Vereadores e dos Deputados, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), UFT, Defensoria Pública Estadual, Conselho Municipal da Saúde, Instituto Saúde e Cidadania (Isac) e comerciantes. A transmissão foi realizada para população pela página oficial da Prefeitura no Facebook.
Leitos parados
Outra resposta rápida proposta é a possibilidade da estrutura física e humana do Hospital Municipal de Campanha (HMC) receber e colocar em funcionamento equipamentos dos sete leitos que estão parados no Hospital Regional de Araguaína (HRA).
“Enviamos ofício diretamente ao governador Mauro Carlesse. A gente vinha mantendo 35 a 40 araguainenses internados e, hoje, são pouco mais de 50, dos quais 23 estão em UTI. Tem outra situação também que são pacientes de outras localidades, mas isso é natural, o que preocupa é quantidade de leitos”, afirmou Dimas. Atualmente, a rede hospitalar em Araguaína tem todos os leitos de UTI ocupados, inclusive os dois de suporte avançado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA).
Além dos sete leitos a menos no HRA, outros 10 que estavam previstos no Instituto Sinai há mais um mês estão demorando para serem habilitados. Para o defensor Sandro Ferreira, o momento atual é uma crise estadual, em que iniciativa privada está em desacerto com o Estado. “Continuam sustentando que vão fazer o remanejamento do HRA para o Sinai, mas funcionários do administrativo do instituto me passaram informações contraditórias”, declarou.
Início do funcionamento
Durante a reunião, a secretária municipal da Saúde, Ana Paula Abadia, informou que uma das pacientes internadas na UPA conseguiu a transferência para leito do Instituto Sinai, abrindo assim uma vaga para atendimento na unidade municipal. “Para funcionamento total, eles dizem que estão esperando o restante das doações do Ministério Público do Trabalho (MPT). O que é da parte do Município, nós já doamos para eles”, comunicou.
Envio pela metade
Além dessa transferência de pacientes, houve ainda a confirmação que o Estado enviará mais 10 respiradores para ser implantados no HMC. “Não é o suficiente, precisamos da estrutura toda, com bombas de infusão, monitores e outros equipamentos. Mas estamos fazendo o levantamento para saber o que falta para colocar para funcionar esses equipamentos”, ressaltou o prefeito Ronaldo Dimas.