Da redação JM
Um obreiro da Assembleia de Deus Missão Mundial em Palmas, impediu, na tarde desta segunda-feira (25), que uma mulher cometesse suicídio na ponte Fernando Henrique Cardoso, que liga a capital à BR-153, em Paraíso do Tocantins. Antônio Silva Vasconcelos, que é diácono, conta que foi algo de Deus ele ter parado naquele exato momento no local, pois se deslocava de Luzimangues para a capital para resolver assuntos pessoais.
Ele relatou ao JM Notícia que a mulher, que se identificou a ele apenas como Maria e aparentava ter cerca de 25 anos, chorava desesperadamente afirmando que iria se jogar de cima da ponte.
+ Michelle Bolsonaro divulga campanha de combate ao suicídio e automutilação
+ “Suicídio é um assunto que não pode passar despercebido pela igreja”, diz missionário psicólogo
“Naquele momento eu parei para ver um cardume de peixes no lago e ao olhar para o lado a vi chorando demonstrando muito desespero. Foi quando decidi me aproximar e tentar convencê-la a não desistir da vida”, relatou Antonio.
Ainda de acordo com o relato do obreiro, a jovem não quis que ele acionasse a ajuda dos bombeiros, mas enquanto tentava a acalmar, Antonio disse que conseguiu conversar, via aplicativo de mensagem, com um irmão de sua igreja, que é bombeiro reformado, e este informou ao resgate, que não demorou chegar ao local.
Com a chegada equipe de bombeiros a situação foi acalmada e a mulher, após uma conversa com a psicóloga, teria sido conduzida para um atendimento mais específico e posteriormente seria levada para casa.
+ ‘Quem enfrenta doenças mentais não deve liderar igrejas’, diz amigo de pastor que cometeu suicídio
Antonio disse que é a primeira vez que se depara com uma situação como essa, mas que graças a ajuda de Deus conseguiu contribuir para evitar uma tragédia. “Sabemos que muitas pessoas sofrem assim como essa jovem, mas devemos sempre estar preparados para lhes mostrar que a vida é um dom divino e que não vale a pena desistir dela mesmo em meio as maiores lutas”, pontuou.
Altos índices de suicídio em Palmas
Um artigo publicado em agosto deste ano no site da Universidade Federal do Tocantins destaca que o alto índice de suicídios em Palmas preocupa as autoridades.
“Diante do alto número de casos de suicídio e automutilação identificados em Palmas, a Diretoria de Atenção Secundária em Saúde, criou um projeto piloto que vem sendo implantado há alguns meses. O Plano de Ação de Prevenção ao Suicídio e a Automutilação na Adolescência cota com os projetos “Musicalizando” e ‘Quanto vale uma vida?”, de autoria de Lenny Carrasco, única responsável pelo tema na gerência de saúde mental da Secretaria de Saúde – SESMUS“, relata o artigo.
Ainda de acordo com a publicação, uma das justificativas para a criação do projeto foi justamente a sobrecarga das unidades destinadas a atender estas demandas que estão se tornando cada vez mais comuns. A proposta do projeto é levar “tratamento para a prevenção e promoção da saúde para jovens e adolescentes, tanto na rede de saúde, quanto na área educacional e desenvolvimento social, explica Lenny. A psicóloga demonstra uma sobrecarga de trabalho, devido a tocar sozinha (somente com apoio de residentes em saúde mental) um projeto tão importante e com tamanha relevância.
Diante desta realidade, a percepção é de que a Secretaria de Saúde de Palmas não dá a devida importância, ou apenas cuida em segundo plano, de um assunto tão alarmante.
O CVV
O CVV — Centro de Valorização da Vida, fundado em São Paulo, em 1962, é uma associação civil sem fins lucrativos, filantrópica, reconhecida como de Utilidade Pública Federal, desde 1973. Presta serviço voluntário e gratuito de apoio emocional e prevenção do suicídio para todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo e anonimato.
A instituição é associada ao Befrienders Worldwide, que congrega entidades congêneres de todo o mundo, e participou da força tarefa que elaborou a Política Nacional de Prevenção do Suicídio, do Ministério da Saúde, com quem mantém, desde 2015, um termo de cooperação para a implantação de uma linha gratuita nacional de prevenção do suicídio.
A linha 188 começou a funcionar no Rio Grande do Sul e, em setembro de 2017, iniciou sua expansão para todo o Brasil, que será concluída em 30/06/2018, com a integração de todos os estados.
Os contatos com o CVV são feitos pelos telefones 188 (24 horas e sem custo de ligação), pessoalmente (nos 110 postos de atendimento) ou pelo site www.cvv.org.br, por chat e e-mail. Nestes canais, são realizados mais de 2 milhões de atendimentos anuais, por aproximadamente 3.400 voluntários, localizados em 24 estados mais o Distrito Federal.