O bispo Abner Ferreira (58), da igreja Assembleia de Deus ministério de Madureira, falou sobre a disputa presidencial de 2022, em entrevista ao jornal Estadão, De acordo com ele, embora o apoio da congregação seja ao presidente Jair Bolsonaro, “nenhum candidato será demonizado”.
O bispo afirmou, a partir de referências de ordem religiosa, que não faz parte das atribuições do pastor influenciar seus fieis sobre o melhor ou o pior candidato. “Nenhum pastor tem direito de dizer ‘Esse é de Deus e esse é do diabo’. E eu descobri que Deus e o diabo estão em todos os partidos”, ressaltou.
No que concerne à possibilidade do ex-juiz Sérgio Moro (Podemos) tentar uma aproximação com o público evangélico, o bispo desconversa, mas ratifica a preferência pelo atual chefe do executivo federal. “Toda candidatura é legítima. Se vai ter apoio ou não é uma outra questão. Hoje nós temos um apoio declarado ao presidente Jair Bolsonaro”.
Em relação ao encontro do seu pai, o bispo Manoel Ferreira, com o ex-presidente Lula, e um possível acordo entre eles, Abner Ferreira esclarece que tratou-se apenas de um ato diplomático entre a denominação pentecostal e um ex-mandatário da república. “Foi um encontro de um pastor que foi cumprimentar alguém que já foi presidente da República e com quem tivemos uma relação muito respeitosa. Eu tenho respeito pela história do Lula, não nego jamais”, disse.
Por fim, quando questionado se fará oposição a Lula, caso o petista confirme o favoritismo nas urnas, o bispo deixa claro que os ensinamentos bíblicos não preconizam esse tipo de postura. “A Bíblia nos ensina a orar por todas as autoridades constituídas. Depois de proclamado o resultado, aquele que for eleito ou reeleito passará a ter o respeito e as orações da igreja”, concluiu.