Da Redação JM
Os evangélicos no Brasil representam, de acordo com o último Censo do IBGE, cerca de 22% da população. Os números de igreja evangélicas também aumentam a cada dia e a jornalista Lamia Oualalou aponta que o fator que causa esse crescimento é a desigualdade social e a incapacidade do Estado em atender todas as demandas da população.
Em entrevista ao Pleno News, Oulalou diz: “as igrejas evangélicas cresceram por causa da desigualdade enorme desse país e a incapacidade do Estado em ser presente nas comunidades carentes. Quando presente, é só de maneira violenta e sem oferecer saúde e educação. O brasileiro encara a vida, mas a vida é muito difícil. Na igreja, ele encontra alguém que o ajuda e lhe dá um papel na sociedade.“
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A análise da jornalista aponta ainda que “para as mulheres, isso é uma coisa muito importante já que, nessas comunidades carentes, muitas delas são chefes de família. A igreja evangélica acaba dando uma identidade e as pessoas se identificam como brasileiras e também como cristãs.“
Autora do livro Jésus T’aime, La Déferlante Évangélique (Jesus te Ama, a Onda Evangélica, em tradução livre), Lamia fez ,a entrevista uma análise do perfil dos evangélicos no Brasil.
Outra informação relevante que Lamia traz na entrevista é o vertiginoso crescimento dos chamados desigrejados. Para ela, parte dessa onda se deve “às pessoas que se cansaram do show do dinheiro e dessa competição que existe nas grandes igrejas e que acaba causando uma cisão.“
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre os anos de 2003 e 2009 o número de brasileiros que se declaram evangélicos, mas não frequentam igrejas cresceu de 0,7% para 2,9%.
Esse grupo são os chamados desigrejados, evangélicos que continuam a seguir os preceitos da religião, mas que não pertencem a nenhuma denominação. Esse número é algo em torno de 4 milhões de pessoas.
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Próximos números
O próximo Censo do IBGE é esperado com ansiedade, pois pode mostrar realmente se essa onda do crescimento evangélico segue no mesmo ritmo ou já não tem mais o mesmo potencial que os analistas esperam. De qualquer foram o movimento evangélico no país trouxe uma “onda conservadora“, criticada pela grande mídia e por intelectuais, mas que já serviu de freio para ações progressistas que dominavam até pouco tempo o pensamento dominante na nação.