Após o pronunciamento do presidente da República Jair Messias Bolsonaro (sem partido), ser alvo de inúmeros comentários nos diversos segmentos sociais, o deputado federal Vicentinho Júnior (PL-TO), saiu em defesa do gestor. O parlamentar pontuou que a abordagem do Presidente deveria ter sido um pouco mais cautelosa, no entanto não se pode, na atual conjuntura ignorar o conteúdo da mensagem do Presidente.
“A atual situação em que o mundo se encontra principalmente o Brasil, nunca foi vivida antes. Estamos diante do novo e desconhecido, por isso neste primeiro momento é preciso buscar alternativas para combater o coronavírus, Covid-19, mas também nos preocuparmos com a recessão econômica que enfrentaremos num futuro próximo”, pontuou o parlamentar.
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Vicentinho Júnior frisou que seu posicionamento não coloca, em momento algum, a saúde econômica acima da importância em preservar vidas, mas segundo ele “para que as pessoas vivam com o mínimo de dignidade é preciso que elas tenham condições básicas para sua coexistência. Estamos falando em aumento no índice de pobreza, fome, miséria, desemprego, e tantas outras questões que virão neste novo ciclo. O Brasil passará por uma mudança social, comercial/econômica e administrativa”, disse.
O deputado mencionou a matéria veiculada nesta quinta, 26, pelo Valor Econômico que aponta três milhões de pedidos de seguro-desemprego nos Estados Unidos, um número recorde no País. Já o Correio Braziliense, segundo Vicentinho Júnior trouxe em sua manchete 3 mil pessoas demitidas em Brasília na primeira semana de quarentena.
“Estes dados nos levam a refletir sobre o conteúdo da mensagem do Presidente. Hoje temos acompanhado como os países de primeiro mundo estão encarando esta crise. E o Brasil, um país em desenvolvimento vai sobreviver à pandemia?” questionou.
Dados
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), divulgou no início deste ano que o Brasil conta com quase 12 milhões de desempregados e cerca de 38 milhões de trabalhadores informais. Dados da Organização Internacional do Trabalho estima que a pandemia do coronavírus possa deixar 25 milhões de pessoas sem emprego, os números são maiores que o colapso da economia mundial em 2008 e 2009.
Tocantins
De acordo com a Federação da Indústria no Estado do Tocantins (Fieto), no Estado estão cadastradas cerca de 100 mil empresas, destas mais de 40 mil estão na Capital. Os números mostram ainda as micro e pequenas empresas são responsáveis por 77,1% da movimentação econômica no Tocantins. Uma pesquisa divulgada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) neste mês de março aponta que de um total de 34.977 pequenos negócios, 26.665 estão vulneráveis a crise do coronavírus.
Nesta quinta-feira a Associação Comercial e Industrial de Palmas (Acipa) apresentou dados alarmantes, de uma pesquisa realizada esta semana. Os números mostram que na Capital, 56,5% dos empresários não têm condições para pagar os funcionários este mês. Apenas 23% garantiram que conseguem arcar com a folha. Além disso, 60,2% das unidades pretendem demitir os funcionários nos próximos dias, em que quase 20% destes devem dispensar até 75% do quadro. A estimativa é que 32 mil pessoas fiquem desempregadas nos próximos dias, só em Palmas.