Um dos poucos líderes evangélicos a se posicionar abertamente no caso da deputada federal Flordelis, acusada de mandar matar o marido, Otoni de Paula (PSC-RJ) subiu à tribuna da Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (11), para confrontar a colega e questionar o sumiço do celular do pastor Anderson do Carmo, assassinado em 16 junho de 2019. Por 437 favoráveis e apenas 7 contrários, o plenário decidiu pela cassação do mandato.
Ao justificar seu voto, Otoni disse acreditar que Flordelis quebrou o decoro parlamentar ao tentar obstruir provas, como apontou a investigação criminal. O parlamentar, que também é pastor evangélico, disse que, no dia do assassinato, ligou para o celular de Anderson e um dos filhos de Flordelis atendeu.
“Anderson era meu irmão. (Flordelis) vir aqui para falar contra a honra de um morto, acusá-lo de pedofilia, de violência sexual.. Ora, se a deputada sabia que convivia com abusador, por que não denunciou antes? Eu liguei para o celular do Anderson no dia da morte e um dos seus filhos me atendeu. Você usou esse aparelho para falar com a Ivelise (de Oliveira). Onde foi parar o celular?“, questionou Otoni, olhando para Flordelis, que balançava a cabeça em negativa.
De acordo com parecer do deputado Alexandre Leite (DEM-SP), relator do caso, a parlamentar não conseguiu provar sua inocência. Segundo ele, Flordelis tentou usar o mandato para cooptar um de seus filhos para assumir a autoria do crime, era a única da família com recursos para comprar a arma, e também teria abusado de prerrogativas parlamentares.