Da Redação JM Notícia
O deputado federal Ezequiel Teixeira (PODE-RJ) fez um discurso na Câmara nesta terça-feira (20) detonando o ensino da ideologia de gênero nas escolas, fazendo uma crítica ao procurador-geral da República Rodrigo Janot que resolveu mover ações contra sete cidades que resolveram tirar o ensino de tal ideologia das escolas municipais.
Para o parlamentar evangélico, a ideologia de gênero é um “movimento maligno”, um “lixo” que “deturpada de que nascemos neutros e não como homem ou mulher”. Em sua visão, tais ensinamentos precisam “ser banidos da sociedade urgentemente”.
“Essa imposição de uma minoria disfarçada de luta contra o preconceito é um acinte às nossas famílias, quero ressaltar aqui defendo o entendimento de mais de 160 milhões brasileiros e brasileiras que se declaram cristãos. Respeitamos a vontade individual de cada um, mas não podemos aceitar a imposição de uma minoria que quer nos curvar ao disparate de que nascemos sem sexo definido”, afirmou.
Teixeira entende que a educação sexual não deve ser um assunto tratado pelos professores, mas sim pelos pais e responsáveis. “O Estado não pode interferir neste poder familiar, impor a qualquer custo a ideologia de gênero e orientação sexual nos planejamentos de ensino nas escolas do país é um acinte”, declarou.
Ainda em seu discurso, Ezequiel Teixeira lembrou que a ideologia de gênero é um assunto bastante discutido com a sociedade e que já foi rechaçado pela maioria, inclusive na Câmara dos Deputados onde tal ensinamento foi removido da Base Comum Curricular.
“Janot quer derrubar uma posição já tomada pela maior da população brasileira contra a introdução da ideologia de gênero nas escolas públicas. Isso é autoritarismo e não vamos tolerar”, disse Teixeira.
O deputado mostra respeito ao trabalho da PGR e do Ministério Público, porém se compromete a interferir sempre que a decisão do Estado interferir nos direitos dos pais e responsáveis pelas crianças.
Em seu discurso, o parlamentar não poupou críticas ao Ministério Público que não percebeu os escândalos de corrupção a tempo, falando não apenas do que é investiga em nível nacional, mas também a corrupção que levou o estado do Rio de Janeiro à falência.
Jean Wyllys e Maria do Rosário contestam
Após a fala do parlamentar evangélico, os deputados Jean Wyllys (PSOL-RJ) e Maria do Rosário (PT-RS) fizeram o uso da palavra em defesa da ideologia de gênero.
Para Jean Wyllys, a fala do Teixeira deturpa “a deliberadamente uma agenda de equidade de gênero e combate a violência homofóbica e ao bullying homofóbico na escola”.
Para ele o dizer que ideologia de gênero é ensinar que nascemos com sexo neutro é má fé. “Isso é deturpação deliberada de uma agenda importante para garantir o direto à educação de crianças e adolescente Brasil a fora”, disse.
Acusando o deputado evangélico de fazer proselitismo religioso, Wyllys declarou que escola é lugar de ciência. “Janot e Barroso estão com razão de garantir a laicidade do Estado e garantir o direito de crianças e adolescente a uma educação livre de violência homofóbica e proselitismo religioso”.
Teixeira voltou ao microfone e declarou: “Isso é um lixo moral”, não se calando para o que ouviu do deputado do PSOL.
Na vez de Maria do Rosário, a deputada defendeu também a ideologia de gênero, fazendo voz ao que disse Jean Wyllys. “Toda vez que neste plenário chamam, erroneamente, de ideologia de gênero, diminui-se a diversidade no Brasil e se propõe a valorização de um mundo que é plural”, declarou.
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