A Operação Ápia ainda não havia sido deflagrada e a Justiça Federal, em primeira instância, já havia defendido o desmembramento da investigação, remetendo o deputado estadual Eduardo Siqueira Campos (DEM) e o secretário estadual de Infraestrutura, Sérgio Leão, para o Tribunal Regional Federal.
De acordo com informações do Jornal do Tocantins, os dois, um deputado e outro secretário, têm foro privilegiado. Eduardo Siqueira e Sérgio Leão são investigados pelo Ministério Público Federal (MPF), Controladoria Geral da União (CGU) e Polícia Federal. Eduardo Siqueira Campos teria recebido doações das empreiteiras, alvos da investigação, para a sua campanha eleitoral, em 2014.
Ao Jornal do Tocantins, Eduardo Siqueira frisou que não recebeu nenhum recurso das empresas.
“está claro em sua prestação de contas à Justiça Eleitoral que não recebeu recursos. Também está claro que as empresas doaram ao comitê financeiro único da campanha majoritária. Esses recursos foram os transformados em cartazes e banners para todos os candidatos. E não há como o candidato a deputado saber quem ou qual empresa fez a doação”.
O deputado ainda frisou que, apesar de ter recebido alta do hospital, continua em tratamento e que seu estado de saúde não tem nenhuma ligação com a operação da Polícia Federal, lembrando que foi internado no dia anterior a operação.
O secretário Sérgio, em janeiro do ano passado, quando assumiu a pasta, pediu uma investigação à Controladoria Geral do Estado (CGE) sobre os contratos de pavimentação das rodovias, pois parte das obras ainda não havia sido pagas. Porém, a Polícia Federal aponta que posteriormente, deixou de atender as recomendações do TCE e pagou as empresas. Porém, o secretário explicou que o pagamento das obras era o mais benéfico ao Estado, pois o atraso dos pagamentos gerariam juros e multas ao Estado.
O gestor da Pasta ainda ressaltou que o Ministério Público Estadual (MPE) recomendou ao governo que fizesse o pagamento das obras concluídas. “Estamos à disposição da Justiça e prontos para auxiliar no que for necessário”, finalizou. Entenda A Polícia Federal deflagrou a Operação Ápia na última quinta-feira, onde investiga possíveis fraudes em licitações e contratos no valor de R$ 1,2 bilhão, celebrados pelo governo do Estado em 2013 e 2014 com sete empresas para obras de terraplanagem e pavimentação asfáltica em rodovias e municípios. Foram expedidos 113 mandados judiciais. São 21 mandados de prisão temporária, 48 de condução coercitiva e 46 de busca e apreensão.
OPERAÇÃO – A Operação deflagrada na última semana, investiga supostos desvios de dinheiro público. Ainda está sendo mantidos presos na CCP os seguintes investigados:
1- Sandoval Lobo Cardoso, ex-governador do Tocantins
2. Alvicto Ozores Nogueira, Kaká Nogueira, ex-presidente da Agetrans
3. Círio Caetano da Silva, membro da comissão de licitação
4. Francisco Antélius Servulo Vaz, diretor da Empresa Projetos de Engenharia (Epeng)
5. Marcus Vinícius Lima Ribeiro, Marquinhos da Volcar, empresário da construção (MLV)
6. Humberto Siqueira Nogueira, empresário da construção (CSN Engenharia)
7. Wilmar Oliveira de Bastos, empresário da construção (EHL)
8. Bruno Marques Rocha, ex-coordenador de Obras da Agetrans