Da Redação JM Notícia
Palmas terá o primeiro ambulatório para Travestis e Transexuais de todo o Estado, um projeto que visa oferecer a este público tratamentos hormonais, implante de silicone e o acompanhamento médico adequado, respeitando a orientação sexual.
Uma portaria do Ministério da Saúde deve sair em até 30 dias, enquanto isso uma série de reuniões está acontecendo na cidade com a participação de representantes da Defensoria Pública do Tocantins, Ministério Público Estadual, representantes da Associação das Travestis e Transexuais do Estado do Tocantins (Atrato) e da Secretaria de Saúde de Palmas.
Um destes encontros aconteceu na tarde desta terça-feira (15) na Sala do Conselho Superior da Defensoria Pública do Tocantins, com o intuito de apresentar e debater a implantação do ambulatório que irá atender travestis e transexuais de forma integral.
“É necessário ampliar o acesso desta população à prevenção, proteção e assistência à saúde, além de ofertar atenção integral às suas necessidades, inclusive suas especificidades, entre elas a utilização de hormônios e silicone”, disse a defensora pública Letícia Amorim.
Segundo a defensora pública, principais procedimentos oferecidos pelo ambulatório são: acolhimento, avaliação médica, endocrinológica, proctológica, fonoaudiológica e de Saúde Mental.
Ambulatório impedirá a procura por procedimentos ilegais
Como coordenadora do NUAmac Palmas – Núcleo Aplicado de Defesa das Minorias e Ações Coletivas de Palmas, Letícia Amorim tem apoio a implantação desse ambulatório que irá impedir que pessoas do grupo T recorram a procedimentos ilegais como a aplicação de silicone de uso animal.
A presidente da Atrato, Byanca Andressa Vieira Marchiori, explica que pela falta de um local público para oferecer tratamentos, muitos travestis e transexuais colocam suas vidas em riscos procurando tratamentos mais baratos.
“Temos amigas que foram a Goiânia procurar uma bombadeira [mulher que aplica silicone com injeção de cavalo e silicone industrial] e chegaram a óbito porque, na maioria dos casos acontece a necrose ou o corpo não absorve”, disse.
Da mesma forma, acontece com a aquisição de medicamentos, cirurgias, tratamentos e aquisição de hormônios. Byanca faz uso de hormônios e relata a dificuldade de conseguir medicamentos na rede pública. “Com o ambulatório especializado teríamos a possibilidade de realizar o tratamento hormonal com segurança, com acompanhamento médico, e dos demais profissionais da saúde. Recebendo de forma correta quanto à melhor forma de se realizar o tratamento hormonal e que medicamentos utilizar”.