Interpretar o ex-jogador O.J. Simpson foi uma experiência estafante para o ator Cuba Gooding Jr., 48 anos, que tem no currículo obras como Jerry Maguire – A Grande Virada (1996) e Homens de Honra (2000). Dois dias após o fim da série American Crime Story: O Povo contra O.J. Simpson, ele revelou estar aliviado com o desfecho da trama. Segundo o site Notícias da TV, Gooding Jr. disse que enfrentou um “momento escuro” durante o período em que incorporou Simpson e que chegou a passar por uma “sessão de descarrego”. Astro da NFL, Simpson foi acusado de matar a mulher em 1994, e o crime se tornou um dos mais rumorosos da história dos Estados Unidos.
“Fui para a igreja em um domingo e o meu pastor pediu para eu ficar no templo após o culto”, contou o ator a repórteres em um evento beneficente na quinta (7), em Hollywood. “Ele [o pastor] e sua mulher oraram por mim porque ele sentiu que havia uma escuridão no meu espírito”, concluiu. Essa “escuridão”, segundo Gooding Jr., seria algo relacionado ao personagem que interpretou. Como mostra a série, OJ Simpson passou de ídolo nacional a criminoso da noite por dia. Atacado pela imprensa, tentou suicídio mais de uma vez.
O julgamento de OJ Simpson dividiu os Estados Unidos na metade dos anos 1990. O assassinato de sua mulher, e de um garçom que a acompanhava, teve cobertura exaustiva da imprensa norte-americana. A maior potência do planeta rachou em um debate que envolvia preconceito racial, já que as vítimas eram brancas. Parte do país estava a favor de Simpson, não aceitava que um ídolo do esporte fosse capaz de cometer tamanha barbaridade. Outra parte não tinha dúvida de que ele era um criminoso.
O julgamento durou 372 dias, entre 26 de setembro de 1994 e 3 de outubro de 1995. O júri votou pela inocência de Simpson, mas o jogador entrou em ruína. O ex-atleta está preso desde 2008 em Lovelock, Estado de Nevada, mas por outros crimes. Ele cumpre pena de 33 anos por assalto à mão armada e sequestro.