Hoje é o Dia Internacional da Não Violência, uma data criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em homenagem ao ativista indiano Mahatma Gandhi. Ele foi um dos símbolos do pacifismo, respeito aos direitos humanos e compromisso com a justiça. Muitas mudanças aconteceram na Índia desde que Gandhi viveu, mas a violência no território ainda é comum, principalmente contra os cidadãos que decidem deixar o hinduísmo para seguir a Jesus.
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O pastor Raj Singh, a esposa e outros quatro cristãos foram espancados, ameaçados e tiveram parte dos cabelos raspados por uma multidão de extremistas, no estado de Jharkhand. O incidente aconteceu na manhã de 16 de setembro, mas só ganhou atenção da mídia indiana quando um ativista local comentou o caso, após 11 dias. As 80 pessoas que cercaram a casa do líder cristão acusaram o pastor de converter pessoas por meios fraudulentos e matar vacas, um dos deuses hindus.
Em seguida, as cabeças dos cristãos foram raspadas e colocaram guirlandas nos pescoços deles. Todos foram coagidos a pronunciar frases hindus e andar pela aldeia onde moravam. Depois, foram levados para uma comunidade vizinha para fazer um ritual que simbolizava que estavam retornando ao hinduísmo. Então, os cristãos foram entregues para a polícia, sob a acusação de matar vacas. “Eles nos espancaram muito com paus e alegaram que estamos abatendo vacas e vendendo no mercado. Também fomos forçados a cantar ‘Jai Sri Ram’. Quando nos opusemos, eles nos cobriram com guirlandas e nos levaram para a vila vizinha Kumhar Toli e rasparam as cabeças parcialmente”, testemunha o pastor Singh ao portal de notícias The New Indian Express.
A Portas Abertas tem noticiado com frequência os ataques de multidões de extremistas hindus a cristãos, desde que o partido Bharatiya Janata Party (BJP) ocupou a liderança na Índia. O BJP prega que o indiano verdadeiro é o que segue a fé hinduísta, logo os seguidores de demais religiões são vistos e tratados como traidores e espiões de outras nações. Esse extremismo é um dos motivos da Índia ocupar o 10º lugar na Lista Mundial da Perseguição 2020.
(Com Portas Abertas)