A Portas Abertas noticiou que o islã deixou de ser a religião oficial do Sudão. A decisão aconteceu com o acordo de paz assinado tanto pelo governo provisório como pelos líderes de grupos rebeldes. Porém, há militares que discordaram da decisão e, como consequência disso, há ataques às igrejas. Em 14 de agosto, uma estrutura que funcionava como igreja em Jaborana, uma comunidade nos arredores da capital Cartum, foi incendiada.
Outra igreja doméstica em El Haj Yousif de Bahri foi obrigada a interromper as atividades em 23 de agosto. Os irmãos da Bethel International Christian Church se reuniam em um prédio de outra comunidade, que foi demolido em 2018. Depois alugaram uma casa para os cultos, mas autoridades proibiram as reuniões por causa dos ruídos. Entretanto, a igreja não utilizava equipamento de som e se reunia apenas nas tardes de domingo.
Secularização polêmica
As novas possibilidades de liberdade religiosa no Sudão deixaram alguns líderes militares insatisfeitos. Eles criticaram o primeiro-ministro porque acharam que ele tomou uma atitude unilateral, que não condiz com a função que exerce. Anteriormente, grupos islâmicos que não concordavam com a secularização do Sudão pediram que o exército intervisse para “defender a lei de Alá”.
O governo de transição, que ocupou o poder após a deposição do presidente Omar al-Bashir, tem procurado alcançar a paz por meio de alianças com grupos rebeldes. O objetivo maior dos acordos é encerrar a guerra civil nos estados de Darfur, Cordofão do Sul e Nilo Azul.