Da Redação JM Notícia
Para os cristãos norte-americanos ser pobre é falta de esforço, pelo menos foi o que identificou uma pesquisa recente feita Kaiser Family Foundation e divulgada pelo jornal Washington Post.
Neste estudo 46% dos cristãos entrevistados declararam que a pobreza é consequência de sua “falta de esforço”. Quando os cristãos são separados por religião e etnia, os evangélicos brancos que pensam assim representam 53% e os católicos brancos 50%.
Se para os cristãos é falta de esforço, para 65% dos “ateus, agnósticos e pessoas sem religião” a pobreza se deve mais às circunstâncias pessoais ou econômicas do país.
O Washington Post ouviu diferentes teólogos e quase todos concordam que a atitude de um cristão em relação à pobreza é consequência de sua perspectiva teológica.
Um dos entrevistados foi Albert Mohler, presidente do Seminário Teológico Batista do Sul, um dos mais influentes do país, que explica esse pensamento sobre pobreza e falta de esforço.
“Há um forte impulso cristão em entender a pobreza como algo profundamente enraizado na moralidade – muitas vezes, como a Bíblia deixa claro, na falta de vontade de trabalhar, em decisões financeiras ruins ou falta de estrutura familiar”, disse.
O pastor lembra ainda de passagens da Bíblia que ensina a ter compaixão pelos pobres, mas também deixa claro que os que não desejam trabalhar irão ficar com fome (2 Ts 3:10).
“A cosmovisão cristã está dizendo que toda a pobreza é consequência do pecado, embora isso não signifique necessariamente o pecado da pessoa na pobreza. No Jardim do Éden, não havia pobreza. Em um mundo caído, há pobreza”, justifica.